Curso Constelação Familiar Sistêmica

AS CONSTELAÇÕES FAMILIARES ESPIRITUAIS

As Constelações Familiares Espirituais

O que isso significa para as constelações familiares? Como esse amor se mostra nas constelações familiares?

Em primeiro lugar, chamo a atenção para o fato de que os movimentos do espírito nas constelações familiares se manifestam de uma forma expressiva.

Eles são vivenciados e se tornam visíveis através dos representantes, igualmente para aqueles que observam esses movimentos. Isso significa que os movimentos do espírito são percebidos, em primeiro lugar pelos representantes e através deles também por aqueles que observam esses movimentos e talvez eles mesmos sejam atraídos e apanhados por eles.

Por isso, o procedimento das constelações familiares espirituais é um outro, diferente daquele que muitas pessoas associam a elas. Aqui não se coloca mais a família de forma que alguém escolhe de um grupo, representantes para os diversos membros da sua família e depois os coloca num espaço uns em relação aos outros.

Aqui se coloca somente uma pessoa, por exemplo, o cliente ou um representante para ele, e talvez ainda uma segunda pessoa, por exemplo, seu parceiro.

Contudo, não que este seja colocado no sentido habitual em relação ao outro. Ele também é apenas colocado, por exemplo, a uma certa distância em sua frente. Aqui não existem regras e intenções.

O cliente ou seu representante e as outras pessoas adicionais são apenas colocadas.

De repente, são apanhados por um movimento sem que possam conduzi-lo. Esse movimento vem de fora, embora também seja vivenciado como se viesse de dentro. Isso significa que essas pessoas vivenciam estar em sintonia com um movimento que coloca algo em movimento através delas.

Entretanto, isso acontece somente se ficarem concentrados, sem intenções próprias e sem medo daquilo que talvez se mostre. Tão logo entrem em jogo as próprias intenções, por exemplo, a intenção de ajudar alguém ou o medo daquilo que possa vir à luz e para onde isso talvez vá conduzir, a ligação com os movimentos do espírito se perde. Também o centramento dos observadores se perde. Por exemplo, ficam inquietos.

Após um certo tempo, através dos movimentos dos representantes mostra-se se é necessário ainda acrescentar uma outra pessoa. Por exemplo, quando um deles olha para o chão, isso significa que está olhando para uma pessoa morta.

Então se escolhe um representante e ele é solicitado a se deitar no chão de costas em frente ao outro. Se um representante olha intensamente para uma direção, coloca-se alguém em frente a ele, para onde está olhando.

Os movimentos dos representantes são bem lentos. Tão logo uma pessoa se movimente depressa, está sendo movido por uma intenção e não está mais em sintonia com os movimentos do espírito. Ele não está mais centrado e não é mais confiável, precisamos substituí-lo por um outro representante.

Sobretudo o constelador precisa abster-se de suas intenções e interpretações. Ele também se deixa ser apanhado pelos movimentos do espírito. Isto é, ele só age, deixando ser movimentado claramente para um próximo passo ou para uma frase, que ele mesmo diz ou deixa que um representante a diga.

Além disso, recebe continuamente através dos movimentos dos representantes indicações daquilo que está acontecendo dentro deles e para onde os seus movimentos conduzem ou devem conduzir.

Por exemplo, quando um representante se afasta do representante de uma pessoa morta que está deitada à sua frente ou quer se virar, o constelador interfere, depois de um certo tempo e o conduz de volta.

Contudo, não de uma forma que, ao seguir esse procedimento, o constelador deva deixar tudo ao critério dos movimentos dos representantes. Ele está, como eles, a serviço dos movimentos do espírito e os segue, muitas vezes irresistivelmente, quando interfere de uma determinada forma ou diz algo.

No final para onde conduzem esses movimentos do espírito? Eles unem o que antes estava separado. São sempre movimentos do amor.

Esses movimentos não precisam ser levados sempre até o fim. É o suficiente quando fica visível para onde conduzem. Por isso, essas constelações muitas vezes permanecem incompletas e abertas. É o suficiente que tenham entrado em movimento.

Nós precisamos confiar que elas prosseguirão. Pois estes movimentos não mostram apenas algo, por exemplo, a solução para um determinado problema. Eles já são os movimentos de cura decisivos, e como a cura, precisam, via de regra, também o seu tempo. São o início de um movimento de cura.

As constelações familiares em sintonia com os movimentos do espírito pressupõem que sobretudo o constelador permaneça em sintonia com esses movimentos. Isto é, que em primeiro lugar permaneça dedicado a todos com o mesmo amor, para além dos limites da diferenciação entre o bom e o mau. Ele só pode fazer isso, se tiver aprendido a prestar atenção aos movimentos do espírito dentro de si, de forma que percebe imediatamente quando se desviou do amor.

Por exemplo, quando quer internamente atribuir a culpa a um acontecimento ou quando tem pena da pessoa por aquilo que ela precisa sofrer.

Desvios desse amor vivenciamos conosco continuamente. Entretanto, nós seremos reconduzidos à sintonia com o seu movimento do amor por tudo aquilo, assim como é, depois que tivermos aprendido a prestar atenção aos movimentos da consciência espiritual e nos sujeitarmos à sua disciplina.