Curso Constelação Familiar Sistêmica

MEUS ANCESTRAIS EM MIM

MEUS ANCESTRAIS EM MIM: A COMPLEXIDADE DAS CONEXÕES MULTIGERACIONAIS

Desenvolvemos alguns conceitos da multigeracionalidade no processo de transmissão aos herdeiros descendentes. Só podemos constatar essas transmissões através das dinâmicas vividas, no tempo presente, pelo sucessor. São dinâmicas inconscientes e ocultas que levam a emaranhamentos em três ou mais gerações.

Vamos discorrer sobre algumas destas dinâmicas que habitam a transmissão multigeracional e são observadas nas Constelações Familiares.

Catalogar dinâmicas multigeracionais seria uma tarefa impossível, sendo que cada indivíduo carrega consigo seu grupo, mas também, sua particular individualidade. Cada membro sucessor é o resultado de seus antecessores, ele é o mesmo com sua particular diferença o que determina uma imensidão de possibilidades nas conexões estabelecidas com os ancestrais.

DINÂMICAS DOS EMARANHAMENTOS

Existem dinâmicas provocadas pelas desordens e ordens nos relacionamentos, e a constatação dessas dinâmicas só acontece pela observação das suas consequências. Ou seja, através das consequências, quando a pessoa já está vivendo a infelicidade, o sintoma ou a sensação de estar amarrado, impedido, é que se mostra a conformidade ou desconformidade com as “Ordens do Amor”.

Os laços do grupo familiar estão ligados entre si como uma “comunidade de destino” permeada pela lei de que TODOS pertencem ao sistema de igual forma. Assim, o destino funesto de um membro do grupo familiar que veio anteriormente, geralmente excluído, atinge a todos os demais, gerando dinâmicas inconscientes que levam os membros posteriores do sistema familiar a “sacrificar” suas vidas, desejando e buscando inconscientemente seguir os que já morreram. Essa dinâmica se mostra através de doenças, suicídios, adição ou infortúnios. São dinâmicas inconscientes que “vêm à luz” através das Constelações Familiares e que ao se tomarem conscientes, podem romper com estes elos identificatórios e compensatórios geradores de sacrifícios injustificáveis.

Bert Hellinger nomeia essas dinâmicas de acordo com as motivações geradoras das mesmas: “Eu sigo você” e/ou “Antes eu do que você”. O autor propõe soluções através de intervenções imediatas, nas próprias Constelações Familiares, quando da constatação destas dinâmicas.

O sacrifício dos sucessores encontra-se em consonância com o princípio da ordem e neste princípio, os que chegam por último nos sistemas são os que estão destinados a se colocar a serviço, portanto, os sucessores saldam as questões pendentes dos antecessores.

As crianças são os primeiros membros do grupo familiar a mostrar as consequências das desordens relacionais do grupo familiar onde membros inocentes frequentemente são induzidos a responder pelos culpados e a injustiça cometida pelos antecessores, ou injustiça que lhe foi cometida, precisa ser reparada e/ou compensada pelos posteriores, vigorando a hierarquia que concede prioridade aos membros anteriores sobre os posteriores, fazendo com que aqueles se coloquem a serviço destes.

Essa é, pois, uma justiça de inteireza, completude e ordem, uma justiça própria.

São dinâmicas inconscientes, veladas e imperceptíveis que alcançam muitas gerações.

“ANTES EU DO QUE VOCÊ”

Essa dinâmica é formada inconscientemente nas promessas infantis e acontece quando uma criança deseja, infantil e magicamente, salvar seus pais de alguma doença ou infortúnio e se coloca inocentemente como salvadora de seus pais. No seu pensamento infantil, ela pode “substituir” os pais em direção à Morte. Neste pensamento é como se a morte pertencesse a uma força superior que cobra um sacrifício e, portanto, um sacrificado. Essa criança, em tenra idade promete para si mesma e para quem ama: “querida(o) mamãe (papai), antes vá eu do que você”.

Assim, dali por diante a criança se inclui, inconscientemente em um processo de autodestruição, muitas vezes passando a criar em seu campo de consciência criativa, doenças, comportamentos ou estados metafóricos que a levarão à morte, cumprindo assim, sua promessa.

Como se denota é uma dinâmica do amor de um filho por seus pais e seja qual for a carga que ele tenha tomado sobre si, ele se sente nobre e bom, por estar de acordo com sua consciência, se sentindo inocente nesta situação. Porém é impossível que através do seu sacrifício a criança possa curar ou proteger da desgraça a pessoa querida, expiar sua culpa, tirá-la da infelicidade ou resgatá-la dos mortos. Essa ideia do sacrifício em prol do benefício de outro é uma ideia mágica advinda de muitas raízes culturais e religiosas, o sacrifício do cordeiro para salvar os que permanecem. Essa ideia mágica pertence ao inconsciente coletivo e soma-se ao pensamento infantil onipotente, pois a criança pequena se reconhece com poderes superiores.

Na prática terapêutica, as Constelações revelam o caráter infantil dessa intenção “antes eu do que você”, desidealizando a ilusão infantil do herói salvador absorvido pela criança no amor aos seus pais. Agora já adulta, pode perceber que com seu amor e seu sacrifício não pode superar a enfermidade, o destino e a morte da pessoa querida, que precisa defrontar-se com esse destino, aceitando-o. Nessa aceitação a criança também está honrando o destino de seus pais.

Assim, aceitando e honrando o destino de seus pais, pode se colocar novamente no seu lugar de criança.

Essa mesma dinâmica, “antes eu do que você” aparece na forma de “antes desapareça eu do que você” dinâmica observada nos casos de esclerose múltipla, anorexia, suicídio e acidentes fatais Bert Hellinger, propõe uma solução para estes casos, trazer à luz a frase que provoca a doença, e o cliente repeti-la por diversas vezes, em frente à pessoa amada: “antes desapareça eu do que você, querida(o) mamãe (papai)”.

O cliente deve repetir tantas vezes quantas for necessário, em frente a bonecos ou representantes, até que possa perceber e se diferenciar do outro. É importante que o cliente tenha o tempo necessário para diferenciar o outro de si mesmo e conseguir separar o próprio destino do destino da pessoa amada, caso contrário permanece a simbiose e a identificação à custa do fracasso na diferenciação, um processo curativo e necessário nestes casos.

A oportunidade de reviver sua promessa infantil obriga o cliente a reconhecer que aquilo que deseja fazer em lugar da outra pessoa é antes um peso, seu sacrifício em nada ajuda ou altera o destino da pessoa amada. As Constelações Familiares geram uma oportunidade única promotora da aquisição de uma percepção mais real e amorosa para os dois.

MEUS ANCESTRAIS EM MIM: A COMPLEXIDADE DAS CONEXÕES MULTIGERACIONAIS

Desenvolvemos alguns conceitos da multigeracionalidade no processo de transmissão aos herdeiros descendentes. Só podemos constatar essas transmissões através das dinâmicas vividas, no tempo presente, pelo sucessor. São dinâmicas inconscientes e ocultas que levam a emaranhamentos em três ou mais gerações.

Vamos discorrer sobre algumas destas dinâmicas que habitam a transmissão multigeracional e são observadas nas Constelações Familiares.

Catalogar dinâmicas multigeracionais seria uma tarefa impossível, sendo que cada indivíduo carrega consigo seu grupo, mas também, sua particular individualidade. Cada membro sucessor é o resultado de seus antecessores, ele é o mesmo com sua particular diferença o que determina uma imensidão de possibilidades nas conexões estabelecidas com os ancestrais.

DINÂMICAS DOS EMARANHAMENTOS

Existem dinâmicas provocadas pelas desordens e ordens nos relacionamentos, e a constatação dessas dinâmicas só acontece pela observação das suas consequências. Ou seja, através das consequências, quando a pessoa já está vivendo a infelicidade, o sintoma ou a sensação de estar amarrado, impedido, é que se mostra a conformidade ou desconformidade com as “Ordens do Amor”.

Os laços do grupo familiar estão ligados entre si como uma “comunidade de destino” permeada pela lei de que TODOS pertencem ao sistema de igual forma. Assim, o destino funesto de um membro do grupo familiar que veio anteriormente, geralmente excluído, atinge a todos os demais, gerando dinâmicas inconscientes que levam os membros posteriores do sistema familiar a “sacrificar” suas vidas, desejando e buscando inconscientemente seguir os que já morreram. Essa dinâmica se mostra através de doenças, suicídios, adição ou infortúnios. São dinâmicas inconscientes que “vêm à luz” através das Constelações Familiares e que ao se tomarem conscientes, podem romper com estes elos identificatórios e compensatórios geradores de sacrifícios injustificáveis.

Bert Hellinger nomeia essas dinâmicas de acordo com as motivações geradoras das mesmas: “Eu sigo você” e/ou “Antes eu do que você”. O autor propõe soluções através de intervenções imediatas, nas próprias Constelações Familiares, quando da constatação destas dinâmicas.

O sacrifício dos sucessores encontra-se em consonância com o princípio da ordem e neste princípio, os que chegam por último nos sistemas são os que estão destinados a se colocar a serviço, portanto, os sucessores saldam as questões pendentes dos antecessores.

As crianças são os primeiros membros do grupo familiar a mostrar as consequências das desordens relacionais do grupo familiar onde membros inocentes frequentemente são induzidos a responder pelos culpados e a injustiça cometida pelos antecessores, ou injustiça que lhe foi cometida, precisa ser reparada e/ou compensada pelos posteriores, vigorando a hierarquia que concede prioridade aos membros anteriores sobre os posteriores, fazendo com que aqueles se coloquem a serviço destes.

Essa é, pois, uma justiça de inteireza, completude e ordem, uma justiça própria.

São dinâmicas inconscientes, veladas e imperceptíveis que alcançam muitas gerações.

“ANTES EU DO QUE VOCÊ”

Essa dinâmica é formada inconscientemente nas promessas infantis e acontece quando uma criança deseja, infantil e magicamente, salvar seus pais de alguma doença ou infortúnio e se coloca inocentemente como salvadora de seus pais. No seu pensamento infantil, ela pode “substituir” os pais em direção à Morte. Neste pensamento é como se a morte pertencesse a uma força superior que cobra um sacrifício e, portanto, um sacrificado. Essa criança, em tenra idade promete para si mesma e para quem ama: “querida(o) mamãe (papai), antes vá eu do que você”.

Assim, dali por diante a criança se inclui, inconscientemente em um processo de autodestruição, muitas vezes passando a criar em seu campo de consciência criativa, doenças, comportamentos ou estados metafóricos que a levarão à morte, cumprindo assim, sua promessa.

Como se denota é uma dinâmica do amor de um filho por seus pais e seja qual for a carga que ele tenha tomado sobre si, ele se sente nobre e bom, por estar de acordo com sua consciência, se sentindo inocente nesta situação. Porém é impossível que através do seu sacrifício a criança possa curar ou proteger da desgraça a pessoa querida, expiar sua culpa, tirá-la da infelicidade ou resgatá-la dos mortos. Essa ideia do sacrifício em prol do benefício de outro é uma ideia mágica advinda de muitas raízes culturais e religiosas, o sacrifício do cordeiro para salvar os que permanecem. Essa ideia mágica pertence ao inconsciente coletivo e soma-se ao pensamento infantil onipotente, pois a criança pequena se reconhece com poderes superiores.

Na prática terapêutica, as Constelações revelam o caráter infantil dessa intenção “antes eu do que você”, desidealizando a ilusão infantil do herói salvador absorvido pela criança no amor aos seus pais. Agora já adulta, pode perceber que com seu amor e seu sacrifício não pode superar a enfermidade, o destino e a morte da pessoa querida, que precisa defrontar-se com esse destino, aceitando-o. Nessa aceitação a criança também está honrando o destino de seus pais.

Assim, aceitando e honrando o destino de seus pais, pode se colocar novamente no seu lugar de criança.

Essa mesma dinâmica, “antes eu do que você” aparece na forma de “antes desapareça eu do que você” dinâmica observada nos casos de esclerose múltipla, anorexia, suicídio e acidentes fatais Bert Hellinger, propõe uma solução para estes casos, trazer à luz a frase que provoca a doença, e o cliente repeti-la por diversas vezes, em frente à pessoa amada: “antes desapareça eu do que você, querida(o) mamãe (papai)”.

O cliente deve repetir tantas vezes quantas for necessário, em frente a bonecos ou representantes, até que possa perceber e se diferenciar do outro. É importante que o cliente tenha o tempo necessário para diferenciar o outro de si mesmo e conseguir separar o próprio destino do destino da pessoa amada, caso contrário permanece a simbiose e a identificação à custa do fracasso na diferenciação, um processo curativo e necessário nestes casos.

A oportunidade de reviver sua promessa infantil obriga o cliente a reconhecer que aquilo que deseja fazer em lugar da outra pessoa é antes um peso, seu sacrifício em nada ajuda ou altera o destino da pessoa amada. As Constelações Familiares geram uma oportunidade única promotora da aquisição de uma percepção mais real e amorosa para os dois.