Curso Constelação Familiar Sistêmica

OS CÍRCULOS DO AMOR

OS CINCO CÍRCULOS DO AMOR

Razão e coração são dois componentes devem caminhar juntos e não separados. Pensar que as decisões tomadas com o coração são passionais, reflexo de pouca inteligência emocional, e que o cérebro é o dono de toda razão, é uma ideia ultrapassada.

Neurologistas têm demonstrado em pesquisas recentes que o coração também está associado à nossa inteligência, pois é um órgão formado pelos mesmos neurônios que compõem o nosso cérebro.

Outro importante ponto descoberto é que o coração também produz sinais eletromagnéticos que são distribuídos pela corrente sanguínea por todo o nosso corpo. Por meio de um exame de eletrocardiograma, os cientistas concluíram ainda que os impulsos elétricos emitidos pelo coração chegam a ser até mais fortes do que aqueles enviados pelas ondas cerebrais, podendo ser sentidos a uma distância de até 3 metros.

Joseph Chilton Pearce, escritor americano, chegou a afirmar em uma de suas obras, que o coração era – “o maior aparato biológico e a sede da nossa maior inteligência”. Sem desmerecer o poder do nosso cérebro, podemos dizer que em vários aspectos Joseph está certo, uma vez que o coração reflete nossa existência biológica, espiritual e emocional… ele é como uma Caixa de Pandora, com muitos segredos a revelar.

5 círculos do amor

COMO FUNCIONA A INTELIGÊNCIA DO CORAÇÃO?

Por meio de sua frequência eletromagnética, o coração emite os chamados “arcos” que emanam para fora do órgão, e dentro de todo o nosso corpo, grande potência, que circula e volta por meio dos anéis de energia.

Imagine sua caixa toráxica como uma poderosa central de energia, que se estende desde a pélvis até a sua cabeça, e que emite diferentes padrões e frequências, assim com os átomos. Podemos dizer então, que o coração está no centro destes anéis energizados, emanando energia, assim como sol faz com os planetas ao seu redor.

Muitos cientistas acreditam que existe apenas um anel universal, responsável pela frequência emitida pelos campos eletromagnéticos em nosso peito. Nosso coração, com seu campo energético e seu anel eletromagnético, é uma fonte de luz, harmonia, força, paz, energia, conhecimento, plenitude, e inteligência advinda do universo e por meio dele podemos experimentar o extraordinário.

Quando somos influenciados a acreditar que o coração é limitado e passional, que só a mente é que deve ser ouvida e que precisamos sempre racionalizar o que sentimos e pensamos, acabamos por negligenciar nossa essência humana e uma das maiores fontes de sabedoria – o AMOR.

Somos o todo influenciando o todo, por isso nos dividirmos é um erro. Sentir e pensar com o coração nos traz a conexão verdadeira com quem somos em nossa essência, com aquilo que acreditamos, com    o nosso “chamado”, o nosso propósito e com a nossa forma de existir no mundo.

Nosso coração nos auxilia no processo de autoconhecimento, no cultivo da empatia, fé, respeito, altruísmo, amor próprio e, especialmente, a sermos pessoas mais evoluídas, humanas e corajosas. Nossa consciência de quem somos e de todo o universo que está dentro de nós é apenas uma gota em um oceano – e precisamos conhecer esse oceano.

Entre as leis de conexão trabalhadas por Hellinger estão os cinco círculos do amor. Esses cinco círculos compõem uma jornada de autocura, são fases da nossa vida, eles formam um trajeto de conhecimento de si    e de aceitação do próprio caminho, rumo a uma conexão sistêmica extremamente profunda e poderosa.

Há muitos movimentos interrompidos em nossa vida, muitos movimentos evolutivos que por medo ou por imaturidade, não levamos até o fim. A jornada pelos cinco círculos do amor resgata esses movimentos em busca da dissolução dos traumas de nossa vida – conscientes e inconscientes.

Ao final da jornada pelos cinco círculos passamos a comungar de uma nova experiência de amor, de existência e de clareza mental. Encontramos o fortalecimento do elo com o todo a partir de uma busca por nós mesmos. Cada círculo é um despertar, e despertar é o único motivo de estarmos vivos.

Te convido a fazer a mais extraordinária viajem: aquela que fazemos dentro e nossa história e consciência. Vamos partir do primeiro círculo.

1º CÍRCULO DO AMOR: OS PAIS

Uma das frases que mais uso é “sou filho, logo existo”. Compreender essa frase é o princípio do processo de imersão nesse primeiro círculo. Se a coisa mais importante é a vida, como reclamar, julgar, agredir e negligenciar quem nos proporcionou estarmos vivos?

Nossos pais são a razão de nós respirarmos, é por meio deles que vivemos. Nesse caso, estou falando especificamente dos pais biológicos, nos processos de constelação os pais biológicos têm um papel que não pode ser ignorado, por mais que você não conheça esses pais, não tenha convivido com eles, nenhuma outra combinação biológica resultaria em você. Pense que você só é você por conta desse homem e dessa mulher.

Nascemos de pais e fomos criados por pais. A concepção de um ser humano é algo extraordinário, gerar a vida é algo divino. Nós nascemos de uma concepção divina que nos torna humanos, vivos nesse mundo. Os pais que você conheceu e que criaram você, foram as pessoas certas.

Amar os nossos pais implica em entender que eles também foram filhos e que eles foram os melhores pais que puderam ser com os recursos que eles tinham. Nossos pais erram, são humanos. Os pais são pessoas.

Quando crianças não temos maturidade para reconhecer a humanidade dos nossos pais. Queremos que eles façam para nós o melhor, mas a nossa referência de melhor é a dos nossos sonhos e não a da realidade. Não sabemos e não reconhecemos as dificuldades de criar os filhos, lidar com as pressões, ganhar o sustento da casa, educar. Esse é o principal movimento do primeiro círculo, reconhecer a HUMANIDADE dos nossos pais.

Devemos reconhecer que nossos pais não precisam de nós. Nossos pais poderiam ter vivido sem nós. Mas eles nos nutriram, nos amaram, nos cuidaram, na medida em que foi possível. Além disso, nossos pais, como filhos que foram, carregam também a realidade de que seus pais não precisavam deles – nossos pais também têm suas questões familiares, seus problemas e suas incongruências.

O primeiro círculo do amor envolve esse amor inicial, gestado no seio dos nossos geradores e cuidadores. Vem dos círculos de amor que nossos pais construíram (ou não) com os pais deles e assim gerações e gerações atrás.

Nossa condição de dar amor passa pela situação de termos sido amados, ou melhor, pela nossa possibilidade de entender e aceitar que o amor que recebemos era aquilo que nossos pais puderam nos dar.

Esse primeiro movimento de amor, dentro do círculo dos pais, nos liberta de infelicidades que criamos na nossa mente, por esperarmos pais que não tínhamos, nos levando a aceitar, entender, honrar e amar os pais que tivemos/temos. Sem experimentar esse primeiro amor, essa primeira cura, não há possibilidade de crescermos e sermos melhores, porque sem um início de amor, o final dificilmente será amor.

Não importa se fomos gerados de forma esperada ou por um “acidente”.

Não importa se fomos desejados e viemos no momento certo ou se um dos nossos pais pensou até em interromper essa gestação. Hellinger enfatiza que devemos tomar nossa história exatamente como ela é. Entende-la e aceita-la. O importante não é o que nossos pais fizeram ou não fizeram, é como nós assimilamos em nós as atitudes e ausência de nossos pais.

Ame recíproca e fundamentalmente os seus pais. Os pais que eles puderam ser. Os pais que eles conseguiram ser. Eles também foram filhos. Eles também sentiram o que você sente. Eles são humanos e erram, mas eles te deram a vida e te deram as condições para viver.

GRATIDÃO, os seus pais, aos pais de seus pais, aos pais dos pais de seus pais. Assim, completamos o primeiro círculo.

2º CÍRCULO DO AMOR: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

À medida que aceitamos e assumimos a humanidade dos nossos pais nós nos aliviamos de pesos muitas vezes inconscientes. Temos muitas questões com nossos pais das quais fugimos, não encaramos, com medo da dor. Aceitando o amor possível de nossos pais nos libertamos dessas questões, mesmo daquelas questões que decidimos não enfrentar.

Chegamos então ao segundo círculo do amor, aquele em que nos encontramos criança e jovem, ainda profundamente ligado aos nossos pais, mas ensaiando a nossa vida, a nossa individualidade, nos encontrando e nos construindo.

Nesse círculo há duas questões a serem trabalhadas: nossa vivência do ser ressignificamos com o amor grande parte da nossa história.