
Curso Constelação Familiar Sistêmica
OS SEGREDOS
OS SEGREDOS
As exclusões que envergonham as famílias promovem segredos provocadores do significativo aumento da fantasia sobre este “não dito”. A fantasia sobre o segredo pode ser geradora de sofrimento e acaba causando a repetição inconsciente da situação do excluído, essa repetição pode ou não ser pertinente ao que aconteceu na realidade. Os temas não falados nos sistemas familiares, tais como segredos familiares e tabus são geradores de dinâmicas de transtornos de linguagem, de problemas de aprendizagem e dificuldades na fala, todas elas, metáforas sintomáticas das questões sistêmicas implícitas.
Casos de segredos de adoção são geradores de confusão na identidade e dificuldade na aprendizagem escolar em história e/ou geografia. A forma como a criança traduz a sua adoção, repercute no seu pertencimento e na sua lealdade aos pais biológicos. Nenhum filho deixa de se identificar com seus pais biológicos, o inconsciente não aceita a rejeição dessa identificação. Muitas vezes, as dificuldades relacionais dos filhos adotados com seus pais adotivos é somente uma transferência do medo de ser rejeitado novamente, porque inconscientemente estes filhos sabem dessa adoção e carregam consigo a rejeição primeira, dos pais biológicos, mesmo que se mantenha o segredo sobre ela.
Como “solução” os filhos adotados podem tomar em seu coração seus pais biológicos e agradecer-lhes pela vida, reconhecendo o amor maior da adoção, o amor dos pais que doam o seu filho para que este tenha um melhor destino, até talvez, a única oportunidade de sobrevivência.
AS PERDAS
Muitas são as perdas que ocorrem nos grupos familiares, perdas por mortes, perdas das terras de origem em imigrações forçadas, perdas de guerras, perdas de trabalho no desemprego, perdas econômicas e perdas afetivas. Uma perda não assumida, velada, deixa emoções enrustidas que dão lugar às suas consequências.
Casos especiais ocorrem quando as crianças perdem seus pais, a perda de um ou dos dois pais, quando os filhos ainda são muito pequenos, estas crianças são muito pequenas e não têm estrutura para lidar com a perda e o sofrimento da dor provocada, acabam “negando” sua dor e substituindo-a por raiva. Muitas crianças como forma de defesa, recusam novas vinculações afetivas, uma maneira inconsciente de tentar evitar o sofrimento frente a uma possível nova perda.
A “solução” só é encontrada quando a criança pode reconhecer a tristeza e a dor dessa separação também nos pais. A criança pode reconhecer a dor do seu pai (mãe) falecido(s) por ter partido e deixado seu filho, pode sair da mágoa do abandono para a compreensão do sentimento do outro, essa criança poderá dizer: “em homenagem a você irei passar adiante o que você me deu”.
AS REPETIÇÕES
Observamos que nos sistemas familiares ocorrem frequentemente repetições de temas tais como separações, enfermidades, mortes pela mesma causa, padrões interacionais, alcoolismo e drogas. Estas repetições geralmente podem ser consideradas dinâmicas de expiação da culpa ou expiação identificatória de excluídos.
DOENÇAS
As doenças acompanham a alma e se encontram em sintonia com a necessidade de equiparar e compensar dos sistemas.
Essa necessidade cria um anseio pela doença e pela morte. A enfermidade é o amor que adoece, condicionada pela alma, afirma Bert Hellinger.
A criança se encontra vinculada a sua família através de um amor profundo, um amor tão grande que a criança se propõe a fazer qualquer coisa para pertencer.
É por esse amor e pela necessidade de fazer parte, que a criança também se mostra disponível para assumir algo pesado ou até morrer, por sua família.

QUESTÕES IMPORTANTES A SE CONSIDERAR NA BUSCA DAS DINÂMICAS DE EMARANHAMENTOS
Parceiros importantes anteriores ao casamento, dos pais, dos avós ou parceiros fora do casamento com filhos, meio irmãos, mortes prematuras, abortos provocados e espontâneos, seus e dos pais, suicídios, assassinatos, acidentes, mortes trágicas, e outras questões provocadas por situações difíceis vivenciadas pela família.
AXIOMAS
Queremos finalizar este capítulo considerando alguns axiomas básicos para os pressupostos desenvolvidos:
■ Cada um faz o que pode, de acordo com seu contexto e circunstância;
■ Todos merecem compreensão e respeito, vivos e mortos;
■ O sistema tem uma ordem e a hierarquia deve manter-se;
■ Os filhos devem respeitar os pais e estes a seus pais;
■ Todos têm um lugar no sistema, vivos e mortos, em sua ordem correspondente;
■ Falecimento de um irmão gêmeo tem maior importância;
■ Quando duas pessoas se separam depois de ter formado um vínculo, os parceiros posteriores devem respeitar os anteriores, mesmo sem a união formal do casamento, as relações com vínculo importante devem ser consideradas;
■ O que vincula a vida é a sexualidade;
■ Enquanto as questões com as famílias de origem não forem resolvidas, os membros do casal não estão disponíveis para sua família atual.