
Curso Constelação Familiar Sistêmica
OS TIPOS DE EMARANHAMENTO
OS TIPOS DE EMARANHAMENTO
Os consteladores afirmam que um dos mais importantes objetivos da Constelação Familiar é encontrar o ponto onde o amor está oculto, e assim, chegar à raiz do problema para solucionar os emaranhados.
Mas do que se trata emaranhamento? Segundo Bert Hellinger o emaranhamento é aquele comportamento que se dá quando somos condicionados para um destino que não é o nosso e não temos consciência disso, geralmente não há um reconhecimento deste papel o que dificulta para que tenhamos força de mudá-lo.
Segundo Bert há 5 tipos de emaranhamentos que podem ser explicados, são eles: Triangulação; Parentificação; Repetição e Substituição. Abaixo explico cada um detalhadamente.
TRIANGULAÇÃO
A triangulação é um dos emaranhamentos mais comuns, certamente você já viveu ou conhece alguém que viveu essa situação.

A triangulação acontece geralmente na infância, podendo de estender até a vida adulta dependendo do ciclo familiar.
Quando um dos genitores não encontra recursos em si mesmo para lidar com alguma situação com seu parceiro e a partir daí ele busca apoio dos filhos é caracterizado como emaranhamento de triangulação.
A criança é colocada em uma posição que não lhe pertence que é a esfera de responsabilidade por seus pais, pois essa posição só pertence a pessoas das gerações anteriores a dela. Quando colocada nessa situação a criança tende a perder sua infância, passando a desenvolver um papel que não é o dela.
PARENTIFICAÇÃO
A parentificação acontece quando a criança é continuamente instigada a desenvolver um senso de responsabilidade para com os seus pais, ou seja, há uma inversão de papéis ao invés dos pais terem o senso de responsabilidade para com o seu filho, é o filho que desenvolve esse senso. A parentificação se dá sempre que a criança está posicionada acima de seus pais, um salto de duas gerações de filho para a de seus avós.
IDENTIFICAÇÃO
A identificação age de forma inconsciente, normalmente acontece quando um indivíduo passa a manifestar características, qualidades e atributos de outra pessoa. A identificação com pessoas que foram excluídas e ou banidas de alguém do sistema familiar, acontece como uma forma de compensação e reequilíbrio para o esquecimento dessa pessoa nesse sistema.
REPETIÇÃO
A ligação entre os membros de um mesmo sistema familiar é tão grande sendo capaz de repetir o destino de uma pessoa em outro membro de forma inconsciente. A união entre esses dois membros pode levar a repetirem um destino duro e cheio de dificuldades.
SUBSTITUIÇÃO
A substituição acontece uma um membro do sistema familiar diante de uma dinâmica de sofrimento, depressão e dor passa a carregar esses sentimentos no lugar de outra pessoa. Quando um filho vê seu pai em alguma situação que lhe faz ter sentimentos negativos e em solidariedade ele também passa a tentar carregar esses sentimentos no lugar de seu pai.
Grande parte dos problemas de emaranhamentos sistêmicos acontecem por conta da exclusão de pessoas. Independente do motivo que faça excluir uma pessoa de seu ambiente familiar, a exclusão é um problema que se reflete em uma das necessidades básicas do ser humano: o pertencimento. E para lembrar os membros deste sistema dessa exclusão inapropriada, podemos sintomatizar em nossos corpos doenças que nos ligam àqueles que foram excluídos.
“O corpo não mente. Mais que isso, ele conta muitas histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir, como o significado das doenças ou do prazer que animam algumas de suas partes. O corpo é a nossa memória mais arcaica. Nele nada é esquecido. Cada acontecimento vivido, particularmente na 1ª infância e também na vida adulta, deixa no corpo a sua marca profunda.
Como faziam os Terapeutas do Deserto, que cuidavam do corpo, do psiquismo e também do espírito, trata-se, pois, de escutar cada uma das partes de nosso corpo, do ponto de vista físico, psicológico e espiritual.”
HÁ AMOR EM TODAS AS RELAÇÕES
Ao longo de nossas vidas, muitas vezes passamos por situações que nos causam dor, sofrimento e traumas. Nesses casos, é comum que como forma de “defesa” muitas pessoas optem pelo isolamento.
Para evitar maiores aborrecimentos e para não ficar alimentando sentimentos ruins, algumas pessoas se isolam do mundo, outras preferem se afastar de pessoas que causaram seus problemas.
O isolamento ou a exclusão de pessoas acaba sendo uma forma de “fuga” que nem sempre nos permite seguir em frente em nossos caminhos. Isso acontece, porque sempre estaremos “presos” ao passado de alguma maneira. Por mais que o tempo passe, sempre haverá o sentimento de mágoa, desconforto ou culpa no coração de quem saiu ferido da situação.
Quando excluímos alguém, um antigo amor, um filho bastardo, uma mãe ou pai criterioso, seja quem for, estamos excluindo a nós mesmos, e abrindo mão do amor que flui naturalmente nas relações humanas.
Bert Hellinger afirma que existe amor em todas as relações, esse amor não é padrão, nem pré-estabelecido pela sociedade ou pela mídia. Ele é na verdade a representação da união entre as pessoas de nosso círculo de relacionamentos.
Numa Constelação Familiar por exemplo, é possível perceber que muitas dessas relações de amor estão abaladas por conta de magoas e ressentimentos do passado. Nesses casos, cabe ao constelador auxiliar o constelado e seus representantes no processo de ressignificação dos acontecimentos, de modo que as respostas que muitas vezes ocultamos, venham à tona e o fluxo do amor volte a acontecer.
Durante o processo das Constelações é natural que o constelado se recorde com detalhes de situações do seu passado, ainda que tente não se recordar. É quase que impossível não resgatar dentro de nós essas lembranças e situações.
Por mais que tentemos esconder ou omitir fatos, magoas frustrações e dores, é natural que o Constelador perceba os movimentos que acontecem dentro do campo quântico, como por exemplo, a forma como o Constelado posiciona seus representantes dentro do sistema. Assim, ainda que o Constelado tente omitir suas verdadeiras dores, o Constelado consegue percebe-las e desse modo, conduz melhor o processo de constelação.
Quando excluímos alguém de nossa vida, é possível que estejamos gerando consequências para nossos herdeiros. É como se deixássemos para eles a responsabilidade de lidar com nossos problemas, nossos assuntos mal resolvidos.
Para que nossos problemas não afetem nosso sistema, seja ele familiar ou não, o ideal é não gastar nosso tempo buscando culpados, pois estes não existem. O que existe é, na realidade, uma ou mais pessoas com dificuldade de compreender determinados comportamentos, ações e movimentos do passado.
Sendo assim, podemos afirmar que o processo de Constelação acaba servindo como ferramenta para que esses movimentos, ações e comportamentos sejam identificados, ressignificados, ou mais bem compreendidos.
Constelação é uma ferramenta extraordinária, pois serve como complemento à teorias da física quântica e da biologia, que estudam o comportamento humano enquanto ser individual, e seu posicionamento na sociedade e em seu espaço sistêmico.
Por meio dessas teorias podemos afirmar que somos como pequenas células de um único organismo, logo, pensar em cada indivíduo como um ser independente e autossuficiente, é algo ilusório. Somos a somatória de um todo, somos parte de um sistema.
O fato de não assumirmos nossas responsabilidades, deixando para nossos herdeiros os nossos problemas e desentendimentos, causa um grande desequilíbrio no sistema. Não é natural que nossos filhos, netos e bisnetos lidem com dores e mágoas de nosso passado. Nem é aceitável que nós, enquanto adultos tenhamos que lidar com problemas e aflições de nossos pais, avós ou outros membros de nossa família.
É imprescindível lembrarmos sempre que o verdadeiro amor não é aquele que assume as responsabilidades de outra pessoa. Essa atitude não melhora, nem soluciona a situação. Apenas estende o desequilíbrio sistêmico a outras gerações.
Confie na estrutura do sistema! O ideal é que cada indivíduo assuma suas dificuldades, dores e anseios, lide com cada situação com amor e tenha sempre em mente que “não existem culpados”.
Em nossas vidas, tudo acontece por uma força maior. Seja qual for a situação, boa ou “ruim”, tudo tem um porquê de acontecer. Sendo assim, não devemos nos excluir do fato de que somos parte de um todo.
Em Constelações, é possível reconhecer e assumir as consequências de nossos atos, que nada tem a ver com culpa ou exclusões. Trata-se apenas de um processo de conexão que nos abre para os outros e elimina qualquer resistência que possa existir de ambas as partes. Desta forma o amor verdadeiro flui e naturalmente nos traz harmonia e equilíbrio em todos os aspectos de nossas vidas.