
Curso Constelação Familiar Sistêmica
TÉCNICAS (PARTE 3)
13 – Objetos Intermediários
O uso de objetos no psicodrama foi descrito anteriormente no contexto da concretização e da realidade excedente. Embora os objetos não sejam usados em todo psicodrama, muitos facilitadores os empregam por sua utilidade no aprimoramento da produção.
O uso de lenços já foi mencionado, outros objetos comumente usados incluem cadeiras, máscaras, cartões, fantoches, bonecos e pequenas figuras.
As funções do uso de objetos incluem o aquecimento para a espontaneidade/criatividade, concretizar papéis e proporcionar distância estética para os clientes. Enquanto Moreno costumava usar objetos em sua direção de psicodrama, a teoria dos objetos intermediários remonta a Jaime Rojas-Bermudez; o uso específico de objetos intermediários refere-se ao uso de um objeto para simbolizar o terapeuta quando um cliente não pode tolerar a vulnerabilidade da interação humana direta.
Em vez do diálogo ocorrer entre terapeuta-cliente, ele ocorre entre objeto-cliente para reduzir a intensidade e diminuir a ativação ou alarme. O objeto intermediário é então removido quando o cliente é capaz de tolerar o envolvimento face a face.
14 – Treinamento de Funções
O treinamento de papéis é um processo de intervenção usado para ajudar um protagonista a praticar e ensaiar novos papéis ou respostas relacionadas a futuras situações interpessoais.
O treinamento de papéis pode ser usado como estrutura de aquecimento para grupos, como a encenação primária do psicodrama ou como cena final de um psicodrama.
O treinamento de papéis permite que o protagonista e o grupo repitam uma cena várias vezes com respostas modificadas para explorar ações ideais e desenvolver competência em uma determinada situação.
Um processo de treinamento de papéis também pode envolver o uso de inversões de papéis ou a posição do espelho para avaliar melhor o impacto de diferentes respostas.
O treinamento de papéis é usado na psicoterapia com objetivos variados, incluindo a prática de conversas difíceis, estabelecimento de limites, controle da raiva, expressão da raiva, vulnerabilidade nos relacionamentos, entrevistas de emprego e outras habilidades sociais.
Também pode ser usado para treinar papéis para situações intrapsíquicas, como responder de novas maneiras a pensamentos de automutilação, desejos de dependência, mecanismo de defesa, sentimentos de inadequação, depressão, ansiedade e qualquer outra experiência interna.
O treinamento de papéis é utilizado além da psicoterapia e é comumente usados em socio drama, dramatizações e outras simulações dentro dos contextos de treinamento profissional, educação, supervisão, ativismo, organização comunitária, desenvolvimento pessoal, resolução de conflitos, negócios, coaching e atuação.
15 – A Cadeira Vazia e Múltiplas Cadeiras Vazias
A cadeira vazia parece ter se popularizado pela forma – terapia de Fritz Perls, influenciada pelo psicodrama de Moreno.
A principal diferença no uso da cadeira vazia é que a forma a utiliza principalmente para o cliente conversar com o outro, enquanto o psicodrama também utiliza a inversão de papéis e a duplicação no processo da cadeira vazia.
A cadeira vazia é outra intervenção utilizada pelos psicodramatistas em substituição a um auxiliar. Moreno referia-se à cadeira vazia como auxiliar de quatro patas.
Em um psicodrama, uma cadeira vazia pode ser superior a membros do grupo desempenhando papéis auxiliares quando um protagonista tem força limitada do ego, trauma significativo, ansiedade ou quando trabalha com um papel de perpetrador.
Usar a cadeira vazia para concretizar um papel limita a influência desse papel no psicodrama, ao passo que, quando outro ser humano desempenha o papel, aumenta as exigências do papel e a reciprocidade do papel ao protagonista.

A cadeira vazia pode ser usada em vários contextos, inclusive como aquecimento para um psicodrama, em grupos ou sessões individuais, psicodramaticamente ou socio dramaticamente, e com uma única cadeira vazia ou várias cadeiras vazias.
A utilização de várias cadeiras vazias é menos conhecida, mas um processo eficaz para ajudar um cliente ou grupo a expressar mensagens ou sentimentos a outras pessoas em sua vida, ao mesmo tempo em que tem a oportunidade de inverter papéis, falando consigo mesmo a partir do papel dos outros.
Após um aquecimento socio métrico sobre o tema dos relacionamentos, cinco cadeiras vazias são puxadas para o centro do círculo, cada uma rotulada com um tipo diferente de relacionamento – família, amigos, eu, grupos/comunidades/sociedade e Deus/papéis espirituais.
Os membros do grupo são convidados espontaneamente a sentar em uma das cinco cadeiras vazias e verbalizar mensagens positivas ou negativas que receberam (verbalmente ou não) de outras pessoas em sua vida.
Várias rodadas deste processo de cadeira multivazia podem ser facilitadas com instruções variadas, incluindo:
- Inverta papéis com um desses tipos de relacionamento e verbalize uma mensagem negativa que você recebeu de outras pessoas sobre seu vício
- Inverta papéis com um desses tipos de relacionamento e verbalize uma mensagem positiva que você recebeu de outras pessoas sobre seu vício
- Inverta papéis com um desses tipos de relacionamento e verbalize uma mensagem que você gostaria de ter ouvido no passado
- Fique na frente de uma ou mais dessas cadeiras vazias e articule uma mensagem que você precisa expressar para um desses relacionamentos
- É agora 5 anos no futuro; fique na frente de uma ou mais dessas cadeiras vazias e articule uma mensagem que você espera expressar para um desses relacionamentos no futuro
- É agora 5 anos no futuro; inverta papéis com um desses tipos de relacionamento e verbalize uma mensagem que você deseja ouvir no futuro

Por meio desse processo, a sociometria passo a passo ou simplesmente levantar as mãos é usada para indicar a experiência compartilhada relacionada a cada mensagem oferecida. Depois que o processo avança para o encerramento, o grupo avança para a fase de compartilhamento.