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Curso de Fitoterapia Energética - Ervas e Plantas
FITOTERAPIA ENERGÉTICA – ERVAS E PLANTAS
FITOTERAPIA ENERGÉTICA – ERVAS E PLANTAS
As plantas são garantia da existência para a maioria das espécies que compõem a cadeia da vida. A sobrevivência e desenvolvimento da humanidade foram sustentados na interdependência com as plantas.
Inicialmente, nos proporcionaram alimento e abrigo. Posteriormente, estabeleceram-se outras relações com a flora, as quais evoluíram em diversas dimensões.
Ao observarmos marcas legadas de nossa pré-história, pode-se inferir o uso mágico da flora, possivelmente contribuindo no enfrentamento de nossas primeiras angústias existenciais.
Observador perspicaz, o ser humano experimentou plantas e destacou variedades capazes de reduzir sofrimentos e estabeleceu uma dimensão terapêutica para a flora. Esta prática permaneceu e chegou à atualidade, transpondo novas dimensões culturais, estabelecendo a distinção como “medicinal” para incontáveis espécies vegetais. Desta forma, as plantas adquiriram um status social e importância econômica, destacando-se como possibilidade mercadológica de ponta.
As plantas não são boas nem ruins. São apenas criaturas que cumprem seu papel na natureza. Fazem parte da diversidade de formas que a vida escolheu para se manifestar e manter-se no planeta.
“Sua utilidade, se a planta é “boa” pra isso ou “boa” para aquilo”, depende dos usos que as outras formas de vida, dentre elas, o ser humano faz dela! Podem ser utilizadas como abrigo nas intempéries, nutrição, medicamento, adorno, cosmético e até arma, desde uma clava até um veneno fatal. As plantas aproximam as pessoas porque são um bom assunto para conversas.
Desde o início da civilização, os seres humanos utilizam a natureza para fins terapêuticos, especialmente as plantas.
A prática terapêutica baseada em plantas ou derivados vegetais é denominada Fitoterapia e tem sua origem no conhecimento popular.
Ao longo da história, as plantas medicinais tiveram importância como produtos fitoterápicos e também na descoberta de novos fármacos. Pronto para uma viagem ao passado?
O uso de plantas medicinais é relatado em sistemas médicos milenares em todo o mundo. O registro mais antigo, data de 3.000 a.C. e vem da Índia.
No século II, Galeno, uma das personalidades mais influentes na história da medicina, criou misturas complexas de plantas, conhecidas como fórmulas galênicas, as quais eram utilizadas no tratamento de diversos sintomas e doenças. Além disso, foi o primeiro médico a desenvolver metodologias para a preparação de medicamentos, incluindo pós e extratos.
Na Idade Média, do século V ao XV, o acesso às obras escritas era restrito aos monges católicos, que detinham o conhecimento da medicina e, portanto, das plantas medicinais.
Durante a Renascença, no século XVI, o médico Paracelso defendeu o uso de medicamentos de ação específica, principalmente minerais e metálicos, de preferência na forma pura.
No século XVIII, com o desenvolvimento da química medicinal, várias substâncias foram isoladas a partir de fontes vegetais, como a salicilina da casca do salgueiro-branco (Salix alba), a morfina da papoula (Papaver somniferum) e a digoxina da dedaleira (Digitalis purpurea), lançando um novo olhar, agora científico, sobre as plantas medicinais.
Até o início do século XX, as plantas medicinais ainda constituíam em todo o mundo os principais recursos nas práticas de cuidados à saúde. Esse cenário só começou a mudar após a Segunda Guerra Mundial, por volta de 1945, com o desenvolvimento científico e tecnológico da indústria farmacêutica, baseado no isolamento e na síntese de fármacos, e no estabelecimento da medicina alopática como modelo predominante.
Na medicina alopática, as plantas medicinais passaram a ser vistas apenas como matéria-prima para novos fármacos e boa parte do conhecimento tradicional sobre seu uso acabou sendo abandonado e desvalorizado.
No entanto, o desenvolvimento da indústria farmacêutica não promoveu a universalização do acesso aos medicamentos alopáticos e, assim, as plantas medicinais continuaram a desempenhar um importante papel na cura de sintomas e doenças em diversos países, à margem dos sistemas oficiais de saúde.
Ainda que tenha sofrido desvalorização, o conhecimento tradicional perpetuou-se ao longo do tempo e hoje constitui, por meio da abordagem etnofarmacológica, uma ferramenta de grande importância para a investigação das plantas medicinais.
A etnofarmacologia é a ciência que estuda o conhecimento popular relacionado aos sistemas tradicionais de medicina.
No caso da flora medicinal, este conhecimento fornece indícios sobre atividades terapêuticas que, por meio de estudos clínicos e farmacológicos, podem levar à descoberta de novos fármacos e ao desenvolvimento de fitoterápicos.
Desse modo, a fitoterapia contemporânea está inserida em um cenário de resgate e revalorização do conhecimento tradicional sobre o uso medicinal das plantas.
Atualmente, a fitoterapia vem se firmando cada vez mais no mercado farmacêutico e na ciência e dois importantes fatores explicam esse comportamento.
Primeiro- observamos na sociedade uma preocupação com o aumento da toxicidade dos medicamentos convencionais e os fitoterápicos, em geral, apresentam baixa toxicidade em relação às doses terapêuticas (mas não deixam de ser tóxicos se usados além da dose considerada terapêutica). Segundo- a ciência tem descoberto complexos grupos de substâncias químicas produzidas pelas plantas que são características únicas dos fitoterápicos e não podem ser incorporadas aos medicamentos convencionais.
Assim, no Brasil, onde 82% da população utiliza plantas medicinais e fitoterápicos nas práticas de cuidados à saúde, foram implementadas nas últimas décadas diversas políticas públicas e normas visando à valorização das plantas medicinais e dos saberes tradicionais associados, a inserção de fitoterápicos na rede pública de saúde e o desenvolvimento da cadeia produtiva de fitoterápicos.
Caminhamos, portanto, em direção à consolidação da fitoterapia como prática oficial nos Sistemas relacionados à Saúde.
Apesar de saber que a fitoterapia é muito antiga, datando de 3.000 a.C., podemos dizer que foi somente após a Segunda Guerra Mundial (1945) que a indústria farmacêutica passou a usar o conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais para isolamento e a síntese de fármacos.
Os saberes advindos de comunidades e populações tradicionais nos dão indícios sobre as atividades farmacológicas das plantas, possibilitando a descoberta de novos fármacos e o desenvolvimento de fitoterápicos.
A integração entre a fitoterapia chinesa e o uso das ervas no contexto da medicina ocidental
Tanto a fitoterapia chinesa e a fitoterapia ocidental têm como objetivo comum melhorar as condições de saúde de um indivíduo.
Além disso, ambos os sistemas têm uma estrutura enraizada na natureza e nos seus elementos, e ambos categorizam as ervas por temperatura e sabor.
A diferença reside no fato de que o a fitoterapia ocidental prioriza o uso de uma erva por si só e isso também reflete no uso de um determinado princípio ativo, na medicina alopática.
A fitoterapia prioriza o uso de fórmulas, que são grupos de ervas que, embora tenham uma ação individual, interagem entre si.
Algumas fórmulas de ervas chinesas podem ter de 12 a 18 ingredientes, enquanto as fórmulas de ervas medicinais ocidentais geralmente contêm menos ervas.
A tendência é que, com o maior conhecimento e o desenvolvimento de pesquisas clínicas, o uso das plantas como recurso terapêutico complementar seja mais difundido.
FITOTERAPIA: USO TERAPÊUTICO DAS PLANTAS MEDICINAIS ORIENTAIS E OCIDENTAIS
FITOTERAPIA: USO TERAPÊUTICO DAS PLANTAS MEDICINAIS ORIENTAIS E OCIDENTAIS
As plantas medicinais vêm sendo utilizadas pela humanidade há milhares de anos. No ocidente a fitoterapia foi a principal fonte de medicamentos até a primeira metade do século XX. As ervas medicinais somente deixaram de ser utilizadas, como origem dos remédios, na segunda metade do século XX com o fortalecimento da indústria farmacêutica associado ao marketing dos remédios feito pelos grandes laboratórios para provar que os medicamentos fitoterápicos eram menos eficientes que as drogas alopáticas.
A Medicina Oriental, como a Medicina Chinesa, sempre deu ênfase ao uso terapêutico das plantas medicinais como fonte de medicamentos naturais, mais suaves, porém eficazes e sem os deletérios efeitos colaterais das drogas alopáticas, que muitas vezes tratam uma mazela porém causam outros problemas de saúde. Atualmente é frequente quando o paciente procura ler a bula de um remédio (prescrito por seu médico) surgir uma insegurança, no uso da medicação, devido aos vários efeitos adversos descritos.
Nos últimos anos muitas pesquisas têm sido realizadas, no oriente e ocidente, demonstrando os efeitos terapêuticos das plantas medicinais.
Estas descobertas apontam que através da fitoterapia podemos tratar e aliviar as mazelas e enfermidades com muito menos efeitos indesejáveis que as drogas alopáticas.
São utilizadas as ervas medicinais há milhares de anos e sempre se observa que a grande maioria dos pacientes tem um bom resultado com o tratamento. Mas enfatizamos que associado a fitoterapia deve-se ter uma dieta saudável – pois o alimento é um importante medicamento na visão da Medicina Oriental.
MEDICINA CHINESA X MEDICINA OCIDENTAL
Quais são as diferenças básicas entre as medicinas ocidental e chinesa?
Primeiro: os princípios subjacentes e as abordagens de ambos os sistemas são diferentes. A medicina ocidental prioriza os problemas físicos dos problemas mentais e emocionais, enquanto a medicina chinesa aborda as enfermidades de uma maneira holística.
Segundo: a medicina chinesa usa a medicina natural, em oposição a medicina ocidental que utiliza análogos sintéticos de produtos naturais.
Terceiro: a medicina chinesa, diferentemente da medicina ocidental, não isola os distúrbios emocionais ou nutricionais das desordens físicas no tratamento. De fato, ela atribui as causas internas das doenças aos desequilíbrios da dieta e as sete emoções.
Quarto: as drogas (fitoterapia) usadas na medicina chinesa podem ser individualmente moldadas para adequar aos sintomas do paciente, enquanto as drogas ocidentais são padronizadas e uniformes.
E finalmente, o quinto: as fórmulas herbáceas chinesas não geram efeitos colaterais quando tomadas na quantidade apropriada.
A medicina ocidental enfoca exclusivamente sobre o local e o mecanismo de uma enfermidade. A medicina chinesa, por outro lado, centraliza no ajuste do organismo inteiro. Ela é uma filosofia, assim como uma terapia do corpo, e, portanto, mais de abordagem orgânica do que mecanicista.
A medicina chinesa presta especial atenção para queixas subjetivas do paciente e prescreve combinação dos pontos de acupuntura e fórmulas herbáceas nutritivas baseadas na totalidade dos sintomas objetivos e subjetivos.
A constelação de sintomas é chamada de “conformação”. A medicina ocidental geralmente oferece um tratamento não específico ou supressivo para um vasto número de desordens funcionais, enquanto a chave da medicina chinesa é a observação da função e o uso específico da combinação dos pontos de acupuntura e das combinações herbáceas para os sintomas altamente diferenciados.
O diagnóstico precoce leva à prevenção de danos orgânicos permanentes, e é na área da prevenção que a medicina se sobressai. De acordo com os médicos chineses, doenças diagnosticadas e tratadas precocemente podem ser impedidas de entrar em estágios mais avançados se não estiverem em estágio terminal.
A teoria médica chinesa provê explicações e tratamentos para desordens que a medicina ocidental é incapaz de diagnosticar ou explicar através dos métodos laboratoriais.
A medicina chinesa é filosófica, sintética, holística, interna, empírica, individual, preventiva, humoral, subjetiva e natural. A medicina ocidental é científica, analítica, tópica, cirúrgica, preventiva, socializada, bacteriológica, experimental, celular, objetiva e química.
O objetivo final é juntar o melhor da medicina chinesa com o melhor da medicina ocidental. Tal síntese, nós acreditamos, irá prover o mundo com um melhor sistema de saúde, mais completo e mais satisfatório.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS MEDICINAS
Basicamente, o que diferencia a medicina tradicional chinesa da medicina ocidental (alopática) é o diagnóstico, ou seja, a forma como o terapeuta ou médico vê o cliente (paciente).
Na medicina chinesa, o cliente é visto como um todo. Quando o cliente relata uma queixa, o terapeuta não trata apenas os sintomas.
No Brasil, por exemplo, quando uma pessoa está com dor de cabeça, geralmente se automedica e toma um analgésico, pois na maioria dos casos, este será o remédio que será prescrito pelo médico.
Na Medicina Tradicional Chinesa, a dor de cabeça pode vir de problemas em outros órgãos, pois na visão da MTC, todos os órgãos têm uma relação direta. Na nossa Medicina Ocidental esta visão simplesmente não existe, ou pelo menos não existia até então.
A MUDANÇA DA VISÃO NO BRASIL
Devido a estudos onde a eficácia de algumas técnicas da MTC foi comprovada, os médicos brasileiros já demonstram grande interesse e preocupação por uma medicina que cause menos efeitos colaterais aos seus pacientes, não só na acupuntura como outras terapias também.
No Brasil, a Acupuntura é uma das técnicas mais conhecidas da população e esta é um dos principais tratamentos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) onde 80 mil sessões são realizadas a cada mês em 800 hospitais e unidades de saúde espalhados pelo país.
A classe médica brasileira já entende que se tivéssemos mais tratamentos deste tipo no SUS, teríamos muito mais pessoas felizes e saudáveis e muito menos custos com medicações para o país.
CONCLUSÃO
A maior parte da população pensa que a nossa Medicina usa drogas e devido a isso pode machucar o organismo e acreditam que técnicas de Medicina Alternativa são menos invasivas.
Porém, vale ressaltar que, cada Medicina trabalha com conceitos diferentes e ambas podem fazer o bem quanto o mal se forem realizadas por maus profissionais.
INTRODUÇÃO ÀS PLANTAS MEDICINAIS
INTRODUÇÃO AS PLANTAS MEDICINAIS
Desde os tempos esquecidos, os homens visam na natureza meios para ter uma melhor condição de vida, ampliando suas possibilidades de sobreviver.
A utilização das plantas como forma alimentar sempre se fez e a esta prática se vinculou a procura de material para a fabricação de vestes e utensílios, além de sustento para o calor da fogueira.
De fato, diversos autores alegam que plantas aceitas pelas pessoas como uma variedade que tem aproveitamento medicinal, isto e, que possui certas particularidades que são usadas para suprimir ou prevenir estabelecidas enfermidades. Tal vegetal e apontado pelas pessoas como curativo caso seja conveniente na precaução ou terapia de uma enfermidade como também na redução de um traço patológico.
A utilização de plantas medicinais, universalmente e um dos entendimentos ancestrais mais presentes, não importando o meio cultural ou social que seja considerado, ainda hoje e existente a utilização de plantas como recurso terapêutico. Botsaris (1997) afirma que, desde 1950, com o crescimento da indústria farmacológica, a utilização de produtos fitoterápicos para prevenir enfermidades e preservar a saúde foi menosprezada.
Começou a ter valor medicinal reconhecido apenas a partir da década de 1980, contribuindo definitivamente para a inserção da abordagem fitoterápica na saúde pública.
Em 1978 a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu planta medicinal como “qualquer planta que contenha em um ou mais de seus órgãos substâncias que possam ser utilizadas com finalidade terapêutica, ou que seus precursores sejam utilizados para a semi-sinteses quimico-farmaceutica.
Qualquer planta tem seu arquétipo energético distinto, que permanece praticamente o mesmo exceto em algumas variações no ciclo vital e sazonalidade. As plantas recebem as influências de certos corpos celestes, como do Sol e da Lua assim a energia das plantas pode ser considerada quase como energia inseparável. Uma prova dessa verdade e a efetividade dos fármacos homeopáticos com várias dinamizações.
Em seu preparo, os fragmentos das ervas são diluídos progressivamente muitas vezes e um tanto da energia sutil da planta e retirada e surpreendentemente conforme mais dinamizada, mais forte e a sua ação.
A consequência e um remédio composto especificamente de forças energéticas, que não agem quimicamente no corpo, mas atuam a partir da energia sutil das ervas.
Já os princípios ativos das plantas medicinais e consequentemente dos fitoterápicos são substâncias ou grupos delas, quimicamente caracterizadas, cuja ação farmacológica e conhecida e responsável, total ou parcial, pelos efeitos terapêuticos do produto fitoterápico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos.
HISTÓRICO
O uso das plantas medicinais, desde a sua origem, estava ligado a uma possibilidade de livrar-se de doenças e até mesmo curá-las. Para os animais e pássaros, sempre foi instintivo o ato de curar-se com ervas e, percebendo os mesmos, o homem começou a perceber o potencial curativo e utilizar das plantas medicinais também, pois até então sua alimentação tinha base na pesca e na caça, além de suas colheitas de raízes, sementes e frutos se atentando as ervas nocivas.
Por muito tempo a doença era vista como uma adversidade em que se lutava contra com remédios e seus efeitos desconhecidos e enigmáticos.
A interpretação da sociedade em relação aos mesmos foi se modificando com o passar do tempo, desde interpretações de natureza material a inspirações na magia.
O demonismo reconhecia a doença como manifestação de espíritos e demônios que tomavam posse dos homens, julgando o maleficio ou benefício dos remédios pela presença ou não de demônios nas substâncias contidas nos mesmos.
Já o animismo, sucedido do demonismo e presente na concepção do povo mesopotâmico (3000 a 2400 aC), via o homem como servo dos deuses e a doença, nesse meio, como um pecado que deveria ser purificado.
No papiro de Ebers, datando 1500 aC, fazem-se prescrições com 700 drogas exóticas e locais em 800 fórmulas, dentre elas: coentro, mirra, azeite, romã, incenso, papoula e rícino; elas eram piladas e então cozidas no leite, na cerveja ou no vinho para tratar de doenças diversas. Além disso, os elementos mágicos estavam menos presentes no Egito em relação a Mesopotâmia.
Em paralelo ao exemplo ocorrido no Egito, o povo sumério, perto do terceiro milênio a.C., obtinha saberes que foram ensinados para a raça humana por meio da escrita cuneiforme, chapas de argila. Inúmeras receitas dessas placas foram interpretadas, como a utilização da beladona, fonte de atropina; do cânhamo da Índia denominado Quinabu, a Cannabis sativa L. reconhecida para dores, aflições, sofrimentos em geral, bronquite e insônia.
Plantas como o ginseng, cinamomo, podofilo, efedra e ruibarbo eram muito usadas na China, no tempo de ShenNung (2000 aC), e se avaliavam os seus valores medicinais entre outras 350 plantas a mais.
Existem referências a Mandragora, planta magica usada como anestésico em cirurgias ainda que fosse reconhecida sua toxidez, em inúmeras obras, datadas da Idade Média.
Sua raiz com representação de figura humana e bifurcada, recordando duas pernas, através da Teoria das Assinaturas, colaborou muito para a popularidade de planta mística e afrodisíaca.
Paracelso em “Paraminum”, um de seus inúmeros escritos alquímicos, disserta sobre a sua teoria das assinaturas ou teoria dos sinais, que segundo tal cada coisa da natureza, animado ou não, leva em si características visíveis e invisíveis de similaridade, assim sendo, tudo no universo se encontra estreitamente relacionado consigo, mesmo que cada uma de suas frações, desde as mais diminutas células as grandes estruturas, desde o átomo até os corpos celestes, permeia-se de uma única e mesma essência, percebível exclusivamente aos olhos hábeis dos iniciados, treinados a “ler” está escrita divina.
Baseado nisso, Paracelso amplificou a tese de que determinadas plantas, conforme aparência externa de suas folhas seriam uteis preferencialmente ao tratamento de afecções de determinados órgãos, por corresponderem ao formato anatômico destes, uma vez que a saúde nada mais e que uma condição de respeito pela harmonia inerente ao Universo, em virtude de que todo médico necessitaria regrar-se em sua abordagem terapêutica pelo grande princípio “Simila Similibus Curantur”, ou seja, “Semelhante cura semelhante”.
Receitar nozes, por exemplo, faria bem ao sistema nervoso, por sua semelhança com o cérebro; feijões preferencialmente seriam protetores de nossos rins.
A vinda de Hipócratés e seus discípulos modificaram a visão sobre a doença, não a vendo mais com a influência das vontades dos deuses, mas com sua possível identificação pela medicina e tratamento com remédios naturais; eles não só examinavam a natureza, mas também buscavam interpretações de seus fenômenos afastando-se, gradativamente, das influências magicas. Além do mais, Hipócratés também fez inventários de diversas drogas de princípios vegetais.
Dois fundamentos foram criados pelo pai da medicina, Hipócratés (460 a 361 aC), relacionados a arte de curar, o primeiro: o corpo possui a capacidade de curar as doenças e o médico apenas auxilia nesse processo; já o segundo fala sobre os medicamentos e acredita-se que podem seguir duas linhas:
1) o oposto traz a cura, trazendo a essência da alopatia, e
2) igual cura igual, com a essência da homeopatia.
A fitoterapia, nesse contexto, e uma ramificação da ciência médica alopática fazendo uso de plantas medicinais com o intuito de curar enfermidades.
Outra figura importante na história foi Teofrasto. Ele viveu entre 370 e 286 aC e era um cientista, filosofo, sucessor de Aristóteles e considerado “o pai da farmacognosia” e “o pai da botânica”; trouxe a importância dos aspectos farmacológicos e farmacêuticos de plantas como: cássia, timo, mirra, mentrasto, entre outras.
INTRODUÇÃO
Introdução
A flora mundial é fonte de alimento para a maioria absoluta dos animais ao longo de milhões de anos. A sobrevivência e a perpetuação das espécies vegetais e animais têm sido pautadas por adaptações fisiológicas, morfológicas, anatômicas, bioquímicas e evolutivas.
Nesse contexto, muitas plantas desenvolveram espinhos, pelos urticantes, tecidos muito fibrosos, folhas cortantes e mimetismo, mas a maior parte delas acionou mecanismos biossintéticos para a elaboração de compostos químicos de proteção contra herbívoros e microrganismos, ou de adaptação a ambientes adversos e agrestes. Na melhor das hipóteses, compostos químicos são produzidos na planta para atrair polinizadores e disseminadores de sementes ou para melhorar o próprio desempenho biológico da espécie.
Esses fitocompostos são designados pela ciência moderna como metabólitos secundários e são encontrados nas plantas que popularmente são conhecidas como medicinais e tóxicas.
A mucilagem da babosa confere adaptação a climas mais secos, assegurando a retenção de umidade nas folhas e flores; os óleos essenciais encontrados em plantas aromáticas podem ter atividade repelente ou tóxica a insetos e microrganismos, mas também podem atrair polinizadores. A cavalinha contém altos níveis de sílica dentro das células, tornando-a menos palatável aos herbívoros. Alguns alcaloides e ésteres de forbol vegetais desencorajam o apetite da maioria dos herbívoros, ou seja, são fastidiosos.
Desde o alvorecer da humanidade, instinto e razão, erros e acertos levariam à busca por espécies vegetais com propriedades alimentícias e terapêuticas. Essa prática multimilenar foi aperfeiçoada, refinada e perpetuada através das gerações, resultando na escrita dos primeiros compêndios de plantas medicinais.
Um envelope de barro contendo uma carta, também em barro, encontrado na cidade de Nippur, Suméria, revelou aos arqueólogos modernos as evidências da mais remota forma de escrita da humanidade, datada de cerca de 3900 a.C.
Esse documento, escrito em caracteres cuneiformes arcaicos, continham informações sobre o uso terapêutico de algumas espécies medicinais utilizadas na baixa Mesopotâmia. Na China, o cultivo de plantas medicinais já era realizado desde 3000 a.C. Os egípcios faziam cultivo e expedições para coleta de espécies medicinais, aromáticas, condimentares e para uso cosmético já em 2300 a.C.
O grande número de espécies medicinais hoje conhecidas e utilizadas é reflexo do grau de antiguidade dos conhecimentos fitoterápicos e resultado de incontáveis erros e acertos.
A flora mundial era a principal fonte de produtos terapêuticos para a humanidade até o início do século 20, quando surgiram os fármacos sintéticos, muitas vezes criados a partir de modelos moleculares encontrados nas plantas.
Não obstante, o custo das pesquisas e da industrialização e o nível tecnológico, aliados aos efeitos colaterais deletérios de muitos desses medicamentos, viriam a depor contra a alopatia, especialmente nos países de baixa renda.
Cerca de 80% da população mundial estão marginalizados quanto ao uso dos medicamentos convencionais. Têm como alternativa mais viável a fitoterapia, principalmente baseada em sua flora nativa.
No Brasil, são mais de 60 milhões de brasileiros que não têm acesso aos medicamentos sintéticos, enquanto brasileiros “privilegiados” desembolsam anualmente cerca de 8 bilhões de dólares com a aquisição de cerca de 6 mil remédios, ou seja, cerca de 84% dos fármacos utilizados pela população brasileira.
Apesar da supremacia das drogas de origem sintética, 20% de todos os fármacos comercializados em todo o mundo são de origem vegetal.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), na 31a Assembleia, recomendou aos países-membros o desenvolvimento de pesquisas visando à utilização da sua flora nacional com o propósito terapêutico. A primeira recomendação da OMS é o resgate do conhecimento popular tendo em vista as futuras pesquisas científicas.
Das 119 substâncias químicas extraídas de plantas e utilizadas na medicina, 74% foram obtidas com base no conhecimento popular da fitoterapia.
A OMS mantém um registro de cerca de 20 mil espécies de plantas medicinais distribuídas em 73 países, 350 delas no Brasil.
Atualmente, existem programas estaduais e municipais de fitoterapia, desde aqueles com memento terapêutico e regulamentação específica para o serviço, implementados há mais de 10 anos, até aqueles com início recente ou com pretensão de implantação. Em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, no ano de 2004, verificou-se, em todos os municípios brasileiros, que a fitoterapia está presente em 116 municípios, contemplando 22 unidades da federação.
No âmbito federal, cabe assinalar, ainda, que o Ministério da Saúde realizou, em 2001, o fórum para formulação de uma proposta de Política Nacional de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos, do qual participaram diferentes segmentos tendo em conta, em especial, a intersetorialidade envolvida na cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos.
Em 2003, o Ministério promoveu o Seminário Nacional de Plantas Medicinais, Fitoterápicos e Assistência Farmacêutica.
Ambas as iniciativas aportaram contribuições importantes para a formulação dessa Política Nacional, como a concretização de uma etapa para a elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. A Portaria Interministerial n 2960, de 9 de dezembro de 2008, aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
A Resolução RDC no 10, de 9 de março de 2010, dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dá outras providências.
Leva em consideração a necessidade de contribuir para a construção do marco regulatório para produção, distribuição e uso de plantas medicinais, particularmente sob a forma de drogas vegetais, a partir da experiência da sociedade civil nas suas diferentes formas de organização, de modo a garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso a esses produtos.
Fica, assim, instituída a notificação de drogas vegetais no âmbito daquela agência, consideradas as plantas medicinais ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização e secagem, íntegras, rasuradas, trituradas ou pulverizadas.
As plantas medicinais in natura cultivadas em hortos comunitários e farmácias vivas reconhecidas junto a órgãos públicos e as drogas vegetais manipuladas em farmácias de manipulação não estão sujeitas à notificação instituída por essa Resolução, devendo atender às condições estabelecidas em regulamento próprio.
Os estudos farmacológicos, fitoquímicos, toxicológicos e clínicos com espécies de plantas medicinais estão mais concentrados naquelas de uso popular mais ancestral, que são nativas de países mais tecnificados ou que apresentam substâncias ou atividades especiais.
Nesse contexto, inserem-se a Ginkgo biloba L., Hypericum perforatum L., Aloe arbadensis Mill., Silybum marianum L., Curcuma longa L., Centella asiatica, Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip., Senna angustifolia Vahl, Valeriana officinalis L., Momordica charantia L., Chamomilla recutita (L.) Rauschert, Rosmarinus officinalis L., Catharanthus roseus L., entre tantas outras.
Apesar de o Brasil ter a flora mais diversificada do mundo, as pesquisas com plantas brasileiras ainda são consideradas incipientes, salvo algumas poucas espécies já consagradas industrialmente ou paténteadas, tais como o jaborandi (Pilocarpus microphyllus Stapf ex Holm.), a espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek), a ipeca (Psychotria ipecacuanha), o guaco (Mikania glomerata Spreng), a embaúba (Cecropia glaziovii Sneth), o ipê-roxo (Handroanthus avellanedae (Lorentz ex Griseb) Mattos), o maracujá (Passiflora alata Curtis) e o quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.).
CONCEITO
CONCEITOS
DROGA
Droga (holandês “droog”: seco) significa qualquer substância química, que em quantidade suficiente possa agir sobre um organismo vivo, produzindo alterações ou modificações de função (benéficas ou maléficas).
DROGA VEGETAL
Droga vegetal e a planta ou suas partes que, após sofrer processo de coleta, secagem, estabilização e conservação, justificam seu emprego na preparação de medicamentos.
E todo vegetal, órgão ou parte deste vegetal, ou ainda, produto deste derivado diretamente dele e que, após sofrer processos de coleta, preparo e conservação possua composição e propriedades tais que possibilitem o seu uso como forma bruta de medicamento ou necessidade farmacêutica.
EXTRATO
Extratos são preparações concentradas de consistência liquida, viscosa ou na forma de pó, geralmente feitas a partir de partes secas de plantas (droga vegetal) por maceração ou percolação. A maioria das drogas não processadas tem um conteúdo de aproximadamente 20% de substâncias extraíveis, em uma proporção planta/extrato de 5:1.
Extratos fluidos são preparações liquidas que geralmente contém extrato fluido e droga na proporção de 1:1 (peso/peso ou volume/peso. Etanol, água ou misturas de etanol e água são usados exclusivamente na produção de extratos fluidos. Extratos secos ou em pó são preparações feitas pela evaporação do solvente usado no processo de produção (extrato bruto).
FARMACO
E a substância ativa, droga ou matéria prima empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos dos estados patológicos, em benefício da pessoa a qual administra.
FITOTERAPIA
E um ramo da ciência médica alopata que utiliza fitoterápicos (plantas medicinais, drogas vegetais, preparados e princípios ativos dela obtidos) para o tratamento de enfermidades.
FITOTERAPICO
E todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnostico, com benefício para o usuário. E o produto final acabado, embalado e rotulado.
Não podem estar incluídas substâncias ativas de outras origens, não sendo considerado produto fitoterápico quaisquer substâncias ativas isoladas (ainda que de origem vegetal), ou mesmo em misturas.
MEDICAMENTO: ALOPATICO E FITOTERAPICO
Medicamento (latim medicamentum, de Medicare: curar): e qualquer substância química empregada num organismo vivo, visando obter-se efeitos benéficos e terapêuticos. Segundo a farmacopeia Brasileira de 1988, e o produto farmacêutico, tecnicamente elaborado, que contém um ou mais fármacos juntamente com outras substâncias, com finalidade curativa paliativa ou para fins de diagnostico.
Conceitua-se como medicamento fitoterápicos os medicamentos farmacêuticos obtidos por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos.
Os medicamentos que incluem substâncias ativas isoladas em sua composição não são considerados medicamentos fitoterápicos.
Os medicamentos alopáticos são aqueles que estão inseridos no sistema da medicina que combate as doenças por meios contrários a elas, procurando combater as causas.
Assim, pode-se definir a fitoterapia como um ramo da ciência médica alopata que utiliza fitoterápicos para o tratamento de enfermidades.
MEDICINA POPULAR E MEDICINA TRADICIONAL
O uso de fitoterápicos baseado na medicina tradicional é aquele alicerçado no longo histórico de utilização no ser humano demonstrado em documentação técnico-cientifica, sem evidências conhecidas ou informadas de risco a Saúde do usuário.
O uso da fitoterapia dentro da medicina popular, por sua vez, e a tradição de uso doméstico e comunitário de plantas medicinais, transmitida oralmente em cada realidade local, de geração para geração.
MATÉRIA PRIMA VEGETAL
Matéria Prima Vegetal e a planta fresca ou a droga vegetal ou o preparado fitoterápico intermediário empregado na fabricação de produto fitoterápico.
PLANTA MEDICINAL
Planta Medicinal e a planta selecionada, silvestre ou cultivada, utilizada popularmente como remédio no tratamento de doenças. Segundo a OMS (1978), e toda e qualquer planta contendo substâncias que possam ser usadas para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico e que possa servir como fonte de fitofármaco e de seus precursores para síntese quimico-farmaceutica.
REMEDIO
Remédio e tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Dentro desse conceito inclui-se não somente os medicamentos, mais qualquer agente com efeitos benéficos.
TOXICO
Entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o a morte, sob certas condições de exposição.
FORMAS FARMACÊUTICAS E FORMAS DE PREPARO
ALCOOLATOS
Alcoolato e uma solução de uma substância volátil em álcool ou em água e álcool. Os alcoolatos medicinais são feitos dissolvendo-se o óleo volátil em álcool.
Para produzir um óleo medicinal por destilação, a droga vegetal e pulverizada, misturada com álcool e deixada em descanso até que os componentes voláteis do tecido vegetal tenham se dissolvido. Por fim, esses componentes são recuperados por destilação.
CHA MEDICINAL
Chá medicinal e o uso da droga vegetal com fins medicinais a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração em água pelo consumidor.
Decocção
Preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas ou que contenham substâncias de interesse com baixa solubilidade em água.
Infusão
Preparação que consiste em verter água potável fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida, tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis ou ainda com boa solubilidade em água.
Maceração
Maceração com água: preparação, destinada a ser feita pelo consumidor, que consiste no contato da droga vegetal com água potável, a temperatura ambiente, por tempo determinado, específico para cada droga vegetal. Método indicado para drogas vegetais que possuam substâncias que se degradem com o aquecimento.
HIDROLATO
São produtos odoríferos obtidos por meio da destilação, em presença de água e de plantas secas, que contém óleos essenciais.
CREME
Forma farmacêutica de consistência mole, destinada a uso tópico, diferindo das pomadas por possuir grande quantidade de água em sua formulação, apresentando assim, absorção mais rápida, sendo ideal para lesões úmidas.
GEL
Forma farmacêutica que possui grande quantidade de água em sua formulação, o que proporciona uma absorção mais rápida se comparada com creme e pomada, em geral de baixa absorção, sendo utilizado quando a pele do indivíduo for oleosa.
LAMBEDOR
Popularmente conhecido como lambedor, o xarope tem forma farmacêutica conhecida resultante da mistura de água e açúcar, podendo conter também edulcorantes (ex: morango, framboesa).
E a forma na qual se empregam dois terços do peso da planta ou fruto em açúcar e mel.
Em xaroposas apropriadas, os princípios ativos são incorporados em soluções de concentrações variadas. Pode-se preparar o chá de plantas, de forma mais popular, por infusão ou decocção, e espessar com açúcar ou solução xaroposas, até atingir um ponto de fio. Após solubilizado, filtra-se sobre uma gaze e conservando em um frasco âmbar. Uma alternativa é preparar uma base xaroposas com açúcar e incorporar a planta na forma de chá ou extrato. E contraindicado para diabéticos por sua concentração de açúcar.
SUMO E SUCO
Sucos: obtidos pela expressão de plantas frescas, algumas vezes utilizadas na terapêutica e na cosmética caseira.
Sumo: obtém-se o sumo triturando a fruta fresca e extraindo da parte solida o líquido que é liberado.
Os sumos encontram-se por vezes em estabelecimentos de comidas saudáveis, podendo ser tomados sós ou combinados com tinturas ou xaropes. São utilizados para remineralizar, hidratar e refrescar e, também como medicamentos. Podendo ser feitos em centrifugas, liquidificadores ou processadores. Os sucos feitos devem ser consumidos imediatamente pelo seu fator de oxidação, podendo ser indigesto para o corpo.
TINTURA
A maceração e a extração dos princípios ativos da planta, deixando-a determinado tempo em algum líquido na temperatura ambiente, agitando duas vezes por dia. A “tintura” se processa com a planta depositada no álcool (de cereais) com determinada graduação. Pode-se também deixar a planta no vinho, na cachaça ou na graspa (produto destilado do bagaço da uva).
Se a maceração for feita com água, tipo tisana ou garrafada, em vez de álcool, toma-se normalmente como chá e não em gotas. As tinturas armazenam-se em frascos escuros e na geladeira.
PÓS
Os extratos em pó e concentrados devem ser protegidos da luz, do oxigênio e da umidade. A melhor forma de conseguir isso e transformá-los em formas farmacêuticas solidas, como grânulos, comprimidos, comprimidos revestidos e capsulas. A preparação de um medicamento em uma forma adequada para seu uso definido também permite uma dosagem mais precisa. Além de formas farmacêuticas solidas, há outras formas, como tinturas de extratos fluidos, ampolas e preparações semissólidas. Esta seção trata exclusivamente das formas solidas. Uma droga ou substância se torna um medicamento por meio do processo de formulação farmacêutica, no qual os excipientes são adicionados a ela.
Os médicos podem obter com facilidade as informações para saber sobre os excipientes que foram usados em qualquer produto. As formas farmacêuticas solidas devem ser tomadas com uma quantidade adequada de líquido (100-200 ml) para evitar que resíduos da droga possam irritar o esôfago.
Esta e uma preocupação particularmente nos idosos e em pacientes que tenham uma irritação pré-existente na mucosa do esôfago (álcool).
POMADA
Pomada é um preparado com plantas medicinais e um ingrediente gorduroso, que pode ser óleo, banha de porco (pura), vaselina ou lanolina, juntando-se cera de abelha para deixá-la cremosa e eventualmente breu para dar maior consistência. Antes de aplicar a pomada, sempre lavar com sabão e desinfetar as feridas. Aplica-se uma fina camada 2 ou 3 vezes ao dia e cobre-se com um paninho esterilizado.
OLEOS MEDICINAIS
Os óleos medicinais são, na maioria das vezes, óleos fixos ou ceras
OLEOS ESSENCIAIS
A agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA) define OEs como liquidos que contém soluções ou extratos de drogas vegetais. Eles são usados tanto interna quanto externamente.
Exemplos de óleos medicinais preparados por extração de material vegetal são o óleo de hiperico e o óleo de alho preparado por maceração. Exemplos de óleos que contém drogas dissolvidas são as soluções de óleos voláteis em cera liquida de jojoba, geralmente usados como óleos de massagem, especialmente em aromaterapia.
“produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico (destilação por arraste com vapor de água, destilação a pressão reduzida ou outro método adequado). Os OEs podem se apresentar isoladamente ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados.
Entende se por retificados, os produtos que tenham sido submetidos a um processo de destilação fracionada para concentrar determinados componentes; por desterpenados, aqueles dos quais tenha sido retirada a quase totalidade dos terpenos; por concentrados, os que tenham sido parcialmente desterpenados”.
USO EXTERNO
Banho de assento ou imersão
Recomenda-se usar decocção, sal aromático, óleos, óleos essenciais, tintura ou extrato alcoólico, podendo ser feito em diferentes temperaturas, de acordo com o efeito desejado. O banho morno e indicado para relaxar o corpo e a musculatura, acalmar irritações na pele, inflamações e reações alérgicas. O banho frio e revitalizante dos tecidos, estimulando a contração dos vasos periféricos em favor da circulação de órgãos nobres.
O banho quente ajuda a estimular a circulação periférica, tratando extremidades frias (mãos e pês) e ajudando a eliminar as toxinas do corpo.
Preparo: encha uma banheira com água, de acordo com a temperatura desejada. Escolha a planta que será usada e deixe o preparado pronto com antecedência. Despeje na banheira a substância até sentir o aroma impregnando o ambiente. Emerja o corpo na água e fique nela por, no máximo, 20 minutos.
Bochecho ou gargarejo
Conceito de colutório: forma farmacêutica liquida, muitas vezes de consistência xaroposa (glicerina, etc), destinada a higiene bucal (antissépticos orais), não devendo ser engolido, principalmente se a planta utilizada na preparação for tóxica.
Conceito de gargarismo: forma farmacêutica liquida para tratamento da cavidade bucal (aspersão). Consiste em lavar a boca, com chás medicinais ou preparados farmacêuticos mais elaborados, usando-se movimentos circulatórios antes de jogar fora ou engolir o veículo medicinal. Muito usado para afecções das amigdalas, faringe e gengivas, sendo que no caso de gargarejo o objetivo de contato e a porção posterior da cavidade bucal, enquanto, no caso do bochecho, o objetivo e a atuação medicamentosa em toda mucosa da boca, que não a orofaringe. Usa-se infusão ou decocção quando o objetivo e tratar de problemas gerais da boca, como inflamação das mucosas, aftas, língua rachada, dentes manchados, mau hálito e gengivas fracas.
Preparo: prepare infusão ou a decocção, esperando amornar, e então faça o bochecho ou gargarejo. Jogue fora a solução, embora para algumas plantas, como tanchagem (Plantago major), seja interessante ingerir para agregar efeitos internos. Repita esse processo pelo menos três vezes ao dia.
Cataplasma
Define-se como cataplasmas a utilização de plantas curativas em pastas espessas e úmidas que são aplicadas em locais específicos com finalidade terapêutica. A composição dos cataplasmas são bastante variáveis. A planta e misturada a algum espessante com a finalidade que a pasta obtenha uma forca aderente, destinada a uso externo, podendo ser empregados com substâncias medicamentosas como, por exemplo, os extratos, as tinturas e os óleos essenciais.
Compressa
E uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar lesionado, um pano ou gaze limpa e umedecida com um infuso, decocto ou tintura, frio ou aquecido, dependendo da indicação de uso sobre o local afetado.
Geralmente, as compressas frias são utilizadas para tratamento de contusões, torções, dores musculares, inchaços e problemas inflamatórios gerais. As compressas mornas são aplicadas para acalmar peles irritadas e avermelhadas e para relaxar músculos doloridos e contraídos. As compressas quentes, por sua vez, são aplicadas quando deseja-se estimular a circulação do corpo e auxiliar a eliminação de toxinas pela pele.
Emplastro
Os emplastros são utilizados como vias trans dérmicas de absorção de substância ativas, naturais ou sintéticas, que são acopladas aos materiais aderentes que são aplicados na pele.
Também destinados ao uso externo, os emplastros, muitas vezes confundido com os cataplasmas, podem ser empregados com substâncias medicamentosas como as tinturas e os extratos, por exemplo, diretamente sobre a lesão.
Escalda pés
Recomenda-se usar infusão, sal aromático, decocção ou óleo essencial, diluído previamente em um pouquinho de óleo carreador. E indicado para tirar as dores de pês cansados e inchados, estimular a circulação, relaxar e descongestionar. Seu efeito pode até se propagar por todo o corpo, por mecanismos circulatórios e energéticos diversos (medicina chinesa).
Preparo: aqueça bem o liquido que será usado. No caso de se usar óleo essencial, ferva uma chaleira de água mineral. Coloque o liquido em uma bacia. Para usar o óleo essencial, despeje a água fervida na bacia e então pingue o óleo. Quando alcançar uma temperatura suportável, mergulhe os pês nela e relaxe, mantendo o corpo sempre bem aquecido. Mantenha os pês mergulhados por, no máximo, 20 minutos.
Inalação
E a mistura de água fervente com folhas ou outras partes da planta medicinal, previamente picadas em um recipiente, com a finalidade de aproveitar a ação dos óleos voláteis contidos na planta, inalando-se os vapores. Usa-se principalmente o óleo essencial para a valorização, servindo para limpar a pele e descongestionar a arvore respiratória.
Unguento
Prepara-se com o sumo da erva ou do chá mais forte, misturado em óleo vegetal, para aplicação externa.
XAROPE
Já conhecidos pelos médicos árabes antigos, os xaropes entraram para a medicina europeia no início da Idade Média. A palavra xarope vem do árabe sirab, scharab ou scherbet, que significa uma bebida feita de um suco doce açucarado. Os xaropes são preparações viscosas para uso interno que contém pelo menos 50% de sacarose, geralmente 60-65%. O conteúdo de açúcar dos xaropes (aproximadamente 66%) e essencial para aumentar seu prazo de validade.
Os microrganismos não conseguem proliferar em soluções saturadas de açúcar porque soluções altamente concentradas privam os micróbios da água necessária para seu desenvolvimento. Deve-se adicionar conservantes aos xaropes que tem um conteúdo menor de açúcar, para protegê-los do crescimento bacteriano.
Os xaropes são usados como agentes aromatizantes, especialmente na medicina pediátrica. Xarope de alteia, xarope de funcho, xarope de tanchagem e xarope de tomilho são todos xaropes de drogas vegetais comumente prescritos.
CUIDADO COM AS PLANTAS MEDICINAIS
CUIDADO COM O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS
A escolha da planta correta para fins terapêuticos e de extrema importância. Isso requer que ela seja selecionada por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinal.
Um dos aspectos mais delicados na fitoterapia está relacionado a identificação das plantas.
A grande variedade de nomes populares, alterando-se nas diferentes regiões do país e até mesmo o fato de plantas completamente distintas serem identificadas por um mesmo nome popular justificam a importância da uniformização da nomenclatura botânica. Desse modo, cada espécie recebe um nome específico e evita-se ambiguidades.
O potencial risco de intoxicação justifica cuidados especiais na preparação e consumo de plantas medicinais. O conceito errôneo de que plantas são remédios naturais e, portanto, livres de riscos e efeitos colaterais deve ser reavaliado. Assim como as plantas podem representar remédios poderosos, os riscos provenientes de seu mal uso devem ser considerados. Dessa forma, e importante que se obedeça às dosagens prescritas e que se observe os cuidados na identificação e utilização do material.
Para que a população possa se beneficiar sem riscos das potencialidades terapêuticas das plantas – seja pelo uso de partes de plantas frescas ou secas para chá, preparações artesanais ou farmacotécnicas – é imprescindível que o controle de qualidade dos produtos ocorra de forma adequada desde o plantio até a utilização correta pelo usuário. Para tanto, deve-se considerar os seguintes passos:
a) Controle do plantio
As plantas cultivadas em hortas caseiras ou comunitárias devem ser espécies de plantas devidamente identificadas e que tenham respalda científico.
b) Controle da coleta
Deve-se colher partes das plantas (tanto cultivadas como silvestres) que estejam bem desenvolvidas, sem marcas de pregas, doenças ou deficiências nutricionais. Não se deve coletar quantidade maior do que a que se pode consumir dentro de um período de coleta (dia ou semana).
c) Controle da preparação preliminar
Cuidar para que durante a coleta, separação das partes das plantas e, quando necessário, sua secagem seja feita sob cuidados higiênicos e corretamente, evitando sempre ação direta do sol. A planta também não deve ser exposta a umidade para que se evite o crescimento de fungos, assim como não deve ser deixada em contato com o chão, poeira ou chuva.
d) Controle do produto final
Mesmo em casa de plantas frescas, o produto final que é recebido pelo consumidor deve estar mantido ao abrigo do sol, calor, poeira e deve ser devidamente identificado por um rotulo, no qual deve-se constar a data da preparação e outras indicações pertinentes indicadas pelo farmacêutico.
e) Uso de plantas secas
Plantas secas somente devem ser utilizadas quando for possível adquiri-las de fonte especializada e segura. Na dúvida, procure o auxílio do médico, do farmacêutico ou outro profissional idôneo, que seja especialista em plantas medicinais, ou seja, em fitoterapia ou farmacologia.
f) Materiais alterados
Nunca utilizar uma planta medicinal seca que apresente sinais de preparação malfeita, que esteja mofada ou que apresente aspecto diferente do normal.
PRINCIPAIS PLANTAS TÓXICAS
PRINCIPAIS PLANTAS TÓXICAS
CUIDADOS GERAIS
A utilização das plantas ao longo da história da humanidade teve variados fins, desde alimentação, uso pessoal cosmético, uso político a fins medicinais. Dessa forma, como prevenção e tratamento de patologias as plantas também garantem eficiência, no entanto, e preciso estar atento aos cuidados referentes ao uso fitoterápico das mesmas, visto que algumas possuem grau de toxicidade (VALDIR, 2005).
Entende-se como toxicidade a capacidade de uma substância química em provocar efeitos colaterais e nocivos em seres vivos a partir de uma determinada concentração do agente toxico. Nos casos de plantas medicinais, especificamente, e importante ressaltar que embora determinada espécie possa ser toxica, não necessariamente causara intoxicação.
O profissional naturólogo e demais agentes da Saúde possuem o compromisso de garantir o uso seguro das plantas medicinais. Desta maneira, alguns aspectos devem ser observados, são eles: a conservação da planta, a maneira correta do preparo, a dose do fitoterápico, a via de administração, a população a quem será administrado o uso – crianças, gestantes, idosos etc. -, o sistema imunológico do interagente, possíveis interações medicamentosas, o conhecimento científico da planta etc.
Além disso, e essencial conhecer os principais grupos químicos e sua atuação. Pois assim, mesmo que o Terapeuta da Saúde não conheça com profundidade determinada planta, ao identificar a substância poderá orientar brevemente sobre como ela reagirá em contato com um organismo vivo. Os grupos alcaloides pirrolizidinicos; alcaloides nitrocompostos; heterosideos cianogenicos; heterosideos cardiotonicos; antraquinonas; cumarinas; taninos e saponinas são potencialmente tóxicos, podendo ocasionar desde dores abdominais, irritações de mucosas e pele a depressão respiratória, arritmia ou, até mesmo, óbito – caso a dose for além do uso seguro.
PLANTAS TOXICAS NÃO INDICADAS PELO MINISTERIO DA SAÚDE
O Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitárias em 13 de maio de 2014 homologou a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC No26. Esta resolução foi criada para uma maior segurança dos fitoterápicos comercializados evitando o risco de intoxicação e, assim, duas listas de controle foram anexadas a resolução.
– LISTA DE ESPECIES QUE NÃO PODEM SER UTILIZADAS NA COMPOSICAO DE PRODUTOS TRADICIONAIS FITOTERAPICOS e LISTA DE ESPECIES VEGETAIS COM RESTRICOES PARA O REGISTRO/NOTIFICACAO DE MEDICAMENTOS FITOTERAPICOS E PRODUTOS TRADICIONAIS FITOTERAPICOS.
Abrus precatorius (sementes e raízes) | Heliotropium spp. |
Acorus calamus | Ipomoea carnea subsp. Fistulosa (folhas) |
Ageratum conyzoides | Ipomoea burmanni (RiVea corymbosa) |
Aleurites fordii (folhas, frutos e sementes) | Ipomoea hederacea |
Aleurites moluccanus (sementes e frutos) | Ipomoea Violacea (Ipomoea tricolor) |
Allamanda cathartica | Jatropha curcas |
Amanita spp. | Lantana camara (frutos e folhas) |
Anadenanthera peregrina | Lithraea brasiliensis |
Anadenanthera macrocarpa (sementes e folhas) | Lithraea molleoides |
Argemone mexicana (folhas, flores e sementes) | Lobelia inflata |
Argyreia nerVosa | Lophophora spp. |
Aristolochia spp. | Manihot esculenta |
Asarum spp. | Melia azedarach (parte aérea e frutos) |
Asclepias curassaVica | Microsporum audouinni |
Aspergillus fumigates | Microsporum canis |
Aspergillus nidulans | Nerium oleander |
Aspergillus niger | Nicotiana glauca |
Aspergillus sydowi | Nicotiana tabacum |
Aspergillus terreus | Opuntia cylindrica |
Baccharis coridifolia | Palicourea marcgraVii |
Banisteriopsis caapi | PapaVer bracteatum |
Brugmansia arborea | Pedilanthus tithymaloides |
Brugmansia suaVeolens | Peganum harmala |
Brunfelsia uniflora | Petasites spp. |
Calotropis procera | PetiVeria alliacea |
Cannabis spp. | Piptadenia macrocarpa |
Catha edulis | Piptadenia peregrina |
ClaViceps paspali | Plumbago scandens (folhas e raízes) |
Combretum glaucocarpum (folhas) | Prestonia amazonica |
Conocybe spp | Psylocybe spp. |
Consolida ajacis | Pteridium aquilinum |
Cnidoscolus phyllacanthus (folhas e espinhos) | Rhizopus oligosporus |
Crotalaria spp. | SalVia diVinorum |
Cryptostegia grandiflora | Senecio spp. |
Cynoglossum officinale | Sida acuta |
Datura spp. (folhas, frutos e sementes) | Sophora secundiflora |
Dieffenbachia seguine | Spartium junceum |
Epidermophyton floccosum | Spigelia anthelmia |
Erythroxylum coca | Stropharia cubensis |
Euphorbia tirucalli (látex) | Strychnos gaulthieriana |
Ficus pumila (folhas e látex) | Strychnos ignatii (Ignatia amara) |
Geotrichum candidum | TheVetia peruViana |
Gloriosa superba | Trichophyton spp |
Gymnopilus spp. | Tussilago farfara |
Haemadictyon spp. | Virola sebifera |
LISTA DE ESPÉCIES VEGETAIS COM RESTRIÇÕES PARA O
REGISTRO/NOTIFICAÇÃO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS
E PRODUTOS TRADICIONAIS FITOTERÁPICOS
Arnica spp. | O IFAV só pode ser utilizado para uso externo |
Espécies com alcaloides pirrolizidínicos | A exposição diária de alcaloides pirrolizidínicos não pode ser superior a 1 ppm, ou seja 1 µg/g |
Mentha pulegium | Só pode ser utilizado se a posologia proposta para o produto não exceder uma dosagem diária de tujona de 3 a 6 mg |
Ricinus communis | Só pode ser utilizado o IFAV óleo fixo obtido exclusivamente das sementes |
Solanum (quaisquer espécies) | Se o IFAV é para qualquer uso que não o, não pode conter mais que 10 mg (dez miligramas) de alcaloides esteroidais |
Symphytum officinale | O IFAV só pode ser utilizado para uso externo |
PLANTAS ALTAMENTE TÓXICAS
Além das plantas já listadas que necessitam ser evitadas há outras espécies comuns no uso popular e que também possuem algum grau de toxicidade e, portanto, podem ser um risco a Saúde caso forem administradas de forma incorreta.
A seguir nove plantas possivelmente intoxicantes e que são amplamente utilizadas – em diversos tratamentos naturais, uso ornamental ou alimentício.
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Arnica Montana L. – ARNICA
Nomes populares: arnica, arnica brasileira, sape macho.
Propriedades: Analgésica, anti-inflamatória, tônica, antisséptica. Uso externo para tratamento de hematomas, contusões, processos inflamatórios, etc.
Toxicidade: A ingesta da planta pode causar cardio toxicidade.
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Chenopodium Ambrosioides – ERVA-DE-SANTA-MARIA
Nomes populares: erva-de-santa-maria, Ambrosina, caacica, cha-da-espanha, cravinho-do-campo, ervadas- cobras, mastruz, menstruco, mentruz, etc.
Propriedades: cicatrizante, antisséptica, diurética, antifúngica, estimulante.
Toxicidade: em doses elevadas pode causar náusea, vomito, lesões hepáticas e renais, convulsão.
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Chenopodium Ambrosioides – ERVA-DE-SANTA-MARIA
Nomes populares: erva-de-santa-maria, Ambrosina, caacica, cha-da-espanha, cravinho-do-campo, ervadas- cobras, mastruz, menstruco, mentruz, etc.
Propriedades: cicatrizante, antisséptica, diurética, antifúngica, estimulante.
Toxicidade: em doses elevadas pode causar náusea, vomito, lesões hepáticas e renais, convulsão.
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Ficus Carica – FIGO
Nome popular: figo
Propriedades: rico em vitaminas A, B1, B2 e C e açúcar. Fruta altamente energética e contribui contra a fadiga mental. A fruta fresca possui propriedades expectorantes.
Toxicidade: fotossensibilizante e, desta maneira, em contato com a pele pode ocasionar queimadura epitelial.
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Hedera Helix – HERA
Nomes populares: hera, hera verdadeira, hera venenosa.
Propriedades: analgésica, expectorante, calmante, cicatrizante e hidratante.
Toxicidade: pode ocasionar dermatite grave.
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Manihot Esculenta – MANDIOCA BRAVA
Nomes populares: aipi, aipim, pão-de-pobre, cassava, mandioca.
Propriedades: antisséptica, cicatrizante, diurética.
Toxicidade: a mandioca brava necessita passar por um choque térmico para ser retirada as substâncias toxicas. Caso contrário, efeitos de cansaço, falta de ar, taquicardia, convulsão, confusão e óbito são possíveis.
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Ricinus Communis – MAMONA
Nomes populares: ricino, palma-de-cristo, regateira, mamoma.
Propriedades: antimicrobiana, laxante. Utilizado para doenças de pele e disfunções estomacais.
Toxicidade: as sementes dessa planta podem causar lesão renal, distúrbios neurológicos, letargia, apneia e coma.
![](https://escolaterapiasintegrativas.com/wp-content/uploads/2025/01/JUA.webp)
Solanum Capsicoides – JUÁ
Nomes populares: juá, melancia-da-praia, mata-cavalo, arrebenta-boi, babá.
Propriedades: indicado para manchas de pele, urticária, edema em membros inferiores.
Toxicidade: as sementes são tóxicas, caso ingeridas podem causar vômito, diarreia, cólicas, febre, má respiração.
![](https://escolaterapiasintegrativas.com/wp-content/uploads/2025/01/CONFREI.webp)
Symphytum Officinalis – CONFREI
Nomes populares: confrei, capim-roxo-da-rússia, erva-de-cura, orelha-de-asno, raiz-escorregadia.
Propriedades: cicatrizante, analgésico e anti-inflamatório, calmante, tônico, regenerador.
Toxicidade: hepatotóxico.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
As plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos – medicamentos de matérias primas vegetais – são importantes e eficientes alternativas para o tratamento de diferentes patologias. No entanto, o uso deve ser cauteloso visto que, como já observamos, algumas plantas podem ser tóxicas ou até mesmo interagir com outros medicamentos.
Existe um senso-comum de que tratamentos com as plantas são completamente seguras e, desta maneira, três grupos de risco costumam ser os que mais se utilizam das ervas medicinais: crianças, gestantes e idosos. Por falta de mais estudos que se dediquem a esse conhecimento as informações sobre interações são limitadas, mas já é sabido que o sinergismo entre planta e medicamento pode potencializar ou diminuir o efeito esperado. Pensando nisto, seguindo o exemplo de alguns trabalhos publicados, foi tabelado algumas plantas conhecidas e a consequência adversa entre interação planta-fármaco.
Abaixo as principais:
Nome Popular e | Uso terapêutico | Interação medicamentosa |
Alcachofra | Baixa concentração | Pode ocorrer sinergia com |
Babosa | Cicatrizante. | Interação moderada com |
Boldo | Tratamento de | Anticoagulantes. |
Camomila | Antiespasmódico, anti- | Anticoagulantes, sedativos. |
Cáscara-sagrada | Purgativa. | Uso com diuréticos não é |
Castanha da índia | | A semente da castanha da india |
Erva-cidreira | Antiespasmódico e | Interage com depressores do |
| | Por estudos experimentais |
| | Possui interação com antiarrítmicos, anticoagulantes,ácido acetilsalicílico, anti- inflamatórios,agentes antiplaquetários, glicosídeos |
| | Compromete a ação de medicamentosque contenham sucralfato, ranitidina, |
| | Pode potencializar fármacos |
| | Interage com antibióticos como |
| Cicatrização, | Pode interagir com a ingesta de ferro, |
| | Interage com digoxina e quinidina, |
Maracujá | Calmante, | Pode interagir com hipnóticos e |
| | Anticoagulantes e hipoglicemiantes.Afeta a absorção de cálcio e de fármacos |
Salgueiro | Anti-inflamatório, | Paracetamol, aspinira e |
Unha-de-gato | Artrite, reumatismo, | Interage com amitriptilina, |
Uva-ursi | | Não deve ser administrada com |
Valeriana | Insônia leve, | Potencializa narcóticos, álcool |
TABELA DE PLANTAS CONTRAINDICADAS DURANTE A GRAVIDEZ
Nome Popular e | Restrição Para uso | Justificativa |
Arnica | GESTAÇÃO | Estimulante do Útero, Alta |
Babosa | GESTAÇÃO | Emenagoga, Abortiva , Mutagênica,ocitóxica, Catártica |
| | |
Artemisia | GESTAÇÃO | Emenagoga e Abortivca |
Losna | GESTAÇÃO | Emenagoga, Neurotóxica e |
Mil Folhas | | Estimulante do Utero, Contraceptiva,Abortiva e Emenagoga |
Calendula | | |
Mirra | GESTAÇÃO | Emenagoga e Abortiva |
Capim Santo | | |
Erva de Santa | | |
Boldo | GESTAÇÃO | Abortivo |
Trombeteira | GESTAÇÃO | Abortiva e Toxica |
Cavalinha | GESTAÇÃO | Causa deficiência de Tiamina |
Erva Doce | | |
Hera | GESTAÇÃO | Estimulante do Útero, |
Hibisco | | |
Hiperico | | Emenagoga, Estimulante do |
Camomila | GESTAÇÃO | Emenagoga ,Relaxante do |
Espinheira – Santa | | |
Poejo | GESTAÇÃO | Emenagoga |
Hortelã-Pimenta | | |
Guaco | GESTAÇÃO | Interfere na Coagulação |
Pessego | GESTAÇÃO | Emenagoga, Abortiva, |
Romã | GESTAÇÃO | Emenagoga Estimulante do |
Tansagem | GESTAÇÃO | Estimulante do Útero |
Alecrim | | |
Tomilho | GESTAÇÃO | Emenagoga |
Ipê roxo | GESTAÇÃO | Abortiva, Teratogênica |
Como foi possível observar através dos exemplos citados acima nas tabelas – interação medicamentosa e contraindicados, muitas plantas podem ter efeitos colaterais e adversos caso o uso não for o adequado. Por isso, cabe reforçar mais uma vez a importância do profissional estar bem informado para poder orientar o melhor fitoterápico em cada caso aos interagentes, pacientes ou clientes.
CONTRAINDICAÇÕES
A classificação de contraindicação repercute como meio de prevenir o organismo receptor sobre efeitos e causas que podem ser ocasionados com a interação dos fitoterápicos ou plantas medicinais, tendo em vista o estado do organismo e suas interações com demais substâncias.
Em relação à posologia cada faixa etária tem sua recomendação de dosagem baseando-se no nível toxicológico da planta, assim, tendo estipulado isso através da resolução 10/2010 recomenda-se que: crianças de 3 a 7 anos se forem utilizar, utilizem um quarto da dose utilizada para adultos. de 7 a 12 recomenda-se metade da dose e abaixo de 2 anos recomenda-se não utilizar, maiores de setenta deverão utilizar metade da dose adulta.
Segue abaixo tabela resumida de algumas plantas comuns no dia-a-dia com suas advertências, doses usuais e contraindicações:
Nome Popular / | | |
Bardana | raízes secas | Gravidez, lactação e uso |
| partes aéreas | Gastropatia. uso acima do |
| flores secas 3 g | Não utilizar por via oral e em lesões |
| partes aéreas | Gestantes e lactantes . Pode causar |
Laranja amarga | flores secas 1 – | Não deve ser utilizado por |
| rizomas secos | cálculos biliares. obstrução dos |
| folhas secas 1 | Contraindicado cálculos biliares e |
Chapeu – de – couro | folhas secas 1 | insuficiências renal e cardíaca. Não |
Anis-estrelado | frutos secos 3 g | Não utilizar em gestantes e no |
| partes aéreas | Doses acima das recomendadas |
Espinheira-santa | folhas secas 3 | Não utilizar em gestantes e lactantes |
| folhas e | O uso é contraindicado para pessoas |
| folhas secas 1 | O uso é contraindicado para pessoas |
| partes aéreas | Não utilizar em gestantes. |
| folhas secas 6 | Não deve ser utilizado em pacientes |
| folhas secas 2 | Não usar em pessoas com |
| cascas do | Não usar em caso de tratamento |
| folhas secas 3 | Não usar em gestantes e lactantes. |
Assa Peixe | folhas secas 3 | Não deve ser utilizada por gestantes |
| rizomas secos | O uso é contraindicado para pessoas |
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