Curso de Fitoterapia Energética - Ervas e Plantas

CONCEITO

CONCEITOS

DROGA

Droga (holandês “droog”: seco) significa qualquer substância química, que em quantidade suficiente possa agir sobre um organismo vivo, produzindo alterações ou modificações de função (benéficas ou maléficas).


DROGA VEGETAL

Droga vegetal e a planta ou suas partes que, após sofrer processo de coleta, secagem, estabilização e conservação, justificam seu emprego na preparação de medicamentos.

E todo vegetal, órgão ou parte deste vegetal, ou ainda, produto deste derivado diretamente dele e que, após sofrer processos de coleta, preparo e conservação possua composição e propriedades tais que possibilitem o seu uso como forma bruta de medicamento ou necessidade farmacêutica.


EXTRATO

Extratos são preparações concentradas de consistência liquida, viscosa ou na forma de pó, geralmente feitas a partir de partes secas de plantas (droga vegetal) por maceração ou percolação. A maioria das drogas não processadas tem um conteúdo de aproximadamente 20% de substâncias extraíveis, em uma proporção planta/extrato de 5:1.

Extratos fluidos são preparações liquidas que geralmente contém extrato fluido e droga na proporção de 1:1 (peso/peso ou volume/peso. Etanol, água ou misturas de etanol e água são usados exclusivamente na produção de extratos fluidos. Extratos secos ou em pó são preparações feitas pela evaporação do solvente usado no processo de produção (extrato bruto).


FARMACO

E a substância ativa, droga ou matéria prima empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos dos estados patológicos, em benefício da pessoa a qual administra.


FITOTERAPIA

E um ramo da ciência médica alopata que utiliza fitoterápicos (plantas medicinais, drogas vegetais, preparados e princípios ativos dela obtidos) para o tratamento de enfermidades.


FITOTERAPICO

E todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnostico, com benefício para o usuário. E o produto final acabado, embalado e rotulado.

Não podem estar incluídas substâncias ativas de outras origens, não sendo considerado produto fitoterápico quaisquer substâncias ativas isoladas (ainda que de origem vegetal), ou mesmo em misturas.


MEDICAMENTO: ALOPATICO E FITOTERAPICO

Medicamento (latim medicamentum, de Medicare: curar): e qualquer substância química empregada num organismo vivo, visando obter-se efeitos benéficos e terapêuticos. Segundo a farmacopeia Brasileira de 1988, e o produto farmacêutico, tecnicamente elaborado, que contém um ou mais fármacos juntamente com outras substâncias, com finalidade curativa paliativa ou para fins de diagnostico.

Conceitua-se como medicamento fitoterápicos os medicamentos farmacêuticos obtidos por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos.

Os medicamentos que incluem substâncias ativas isoladas em sua composição não são considerados medicamentos fitoterápicos.

Os medicamentos alopáticos são aqueles que estão inseridos no sistema da medicina que combate as doenças por meios contrários a elas, procurando combater as causas.
Assim, pode-se definir a fitoterapia como um ramo da ciência médica alopata que utiliza fitoterápicos para o tratamento de enfermidades.


MEDICINA POPULAR E MEDICINA TRADICIONAL

O uso de fitoterápicos baseado na medicina tradicional é aquele alicerçado no longo histórico de utilização no ser humano demonstrado em documentação técnico-cientifica, sem evidências conhecidas ou informadas de risco a Saúde do usuário.
O uso da fitoterapia dentro da medicina popular, por sua vez, e a tradição de uso doméstico e comunitário de plantas medicinais, transmitida oralmente em cada realidade local, de geração para geração.


MATÉRIA PRIMA VEGETAL

Matéria Prima Vegetal e a planta fresca ou a droga vegetal ou o preparado fitoterápico intermediário empregado na fabricação de produto fitoterápico.


PLANTA MEDICINAL

Planta Medicinal e a planta selecionada, silvestre ou cultivada, utilizada popularmente como remédio no tratamento de doenças. Segundo a OMS (1978), e toda e qualquer planta contendo substâncias que possam ser usadas para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico e que possa servir como fonte de fitofármaco e de seus precursores para síntese quimico-farmaceutica.


REMEDIO

Remédio e tudo aquilo que cura, alivia ou evita uma enfermidade. Dentro desse conceito inclui-se não somente os medicamentos, mais qualquer agente com efeitos benéficos.

TOXICO

Entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o a morte, sob certas condições de exposição.


FORMAS FARMACÊUTICAS E FORMAS DE PREPARO

ALCOOLATOS

Alcoolato e uma solução de uma substância volátil em álcool ou em água e álcool. Os alcoolatos medicinais são feitos dissolvendo-se o óleo volátil em álcool.

Para produzir um óleo medicinal por destilação, a droga vegetal e pulverizada, misturada com álcool e deixada em descanso até que os componentes voláteis do tecido vegetal tenham se dissolvido. Por fim, esses componentes são recuperados por destilação.


CHA MEDICINAL

Chá medicinal e o uso da droga vegetal com fins medicinais a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração em água pelo consumidor.


Decocção

Preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas ou que contenham substâncias de interesse com baixa solubilidade em água.


Infusão

Preparação que consiste em verter água potável fervente sobre a droga vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período determinado. Método indicado para partes de drogas vegetais de consistência menos rígida, tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis ou ainda com boa solubilidade em água.


Maceração

Maceração com água: preparação, destinada a ser feita pelo consumidor, que consiste no contato da droga vegetal com água potável, a temperatura ambiente, por tempo determinado, específico para cada droga vegetal. Método indicado para drogas vegetais que possuam substâncias que se degradem com o aquecimento.

HIDROLATO

São produtos odoríferos obtidos por meio da destilação, em presença de água e de plantas secas, que contém óleos essenciais.

CREME

Forma farmacêutica de consistência mole, destinada a uso tópico, diferindo das pomadas por possuir grande quantidade de água em sua formulação, apresentando assim, absorção mais rápida, sendo ideal para lesões úmidas.


GEL

Forma farmacêutica que possui grande quantidade de água em sua formulação, o que proporciona uma absorção mais rápida se comparada com creme e pomada, em geral de baixa absorção, sendo utilizado quando a pele do indivíduo for oleosa.


LAMBEDOR

Popularmente conhecido como lambedor, o xarope tem forma farmacêutica conhecida resultante da mistura de água e açúcar, podendo conter também edulcorantes (ex: morango, framboesa).

E a forma na qual se empregam dois terços do peso da planta ou fruto em açúcar e mel.

Em xaroposas apropriadas, os princípios ativos são incorporados em soluções de concentrações variadas. Pode-se preparar o chá de plantas, de forma mais popular, por infusão ou decocção, e espessar com açúcar ou solução xaroposas, até atingir um ponto de fio. Após solubilizado, filtra-se sobre uma gaze e conservando em um frasco âmbar. Uma alternativa é preparar uma base xaroposas com açúcar e incorporar a planta na forma de chá ou extrato. E contraindicado para diabéticos por sua concentração de açúcar.


SUMO E SUCO

Sucos: obtidos pela expressão de plantas frescas, algumas vezes utilizadas na terapêutica e na cosmética caseira.

Sumo: obtém-se o sumo triturando a fruta fresca e extraindo da parte solida o líquido que é liberado.

Os sumos encontram-se por vezes em estabelecimentos de comidas saudáveis, podendo ser tomados sós ou combinados com tinturas ou xaropes. São utilizados para remineralizar, hidratar e refrescar e, também como medicamentos. Podendo ser feitos em centrifugas, liquidificadores ou processadores. Os sucos feitos devem ser consumidos imediatamente pelo seu fator de oxidação, podendo ser indigesto para o corpo.


TINTURA

A maceração e a extração dos princípios ativos da planta, deixando-a determinado tempo em algum líquido na temperatura ambiente, agitando duas vezes por dia. A “tintura” se processa com a planta depositada no álcool (de cereais) com determinada graduação. Pode-se também deixar a planta no vinho, na cachaça ou na graspa (produto destilado do bagaço da uva).

Se a maceração for feita com água, tipo tisana ou garrafada, em vez de álcool, toma-se normalmente como chá e não em gotas. As tinturas armazenam-se em frascos escuros e na geladeira.


PÓS

Os extratos em pó e concentrados devem ser protegidos da luz, do oxigênio e da umidade. A melhor forma de conseguir isso e transformá-los em formas farmacêuticas solidas, como grânulos, comprimidos, comprimidos revestidos e capsulas. A preparação de um medicamento em uma forma adequada para seu uso definido também permite uma dosagem mais precisa. Além de formas farmacêuticas solidas, há outras formas, como tinturas de extratos fluidos, ampolas e preparações semissólidas. Esta seção trata exclusivamente das formas solidas. Uma droga ou substância se torna um medicamento por meio do processo de formulação farmacêutica, no qual os excipientes são adicionados a ela.

Os médicos podem obter com facilidade as informações para saber sobre os excipientes que foram usados em qualquer produto. As formas farmacêuticas solidas devem ser tomadas com uma quantidade adequada de líquido (100-200 ml) para evitar que resíduos da droga possam irritar o esôfago.

Esta e uma preocupação particularmente nos idosos e em pacientes que tenham uma irritação pré-existente na mucosa do esôfago (álcool).


POMADA

Pomada é um preparado com plantas medicinais e um ingrediente gorduroso, que pode ser óleo, banha de porco (pura), vaselina ou lanolina, juntando-se cera de abelha para deixá-la cremosa e eventualmente breu para dar maior consistência. Antes de aplicar a pomada, sempre lavar com sabão e desinfetar as feridas. Aplica-se uma fina camada 2 ou 3 vezes ao dia e cobre-se com um paninho esterilizado.


OLEOS MEDICINAIS

Os óleos medicinais são, na maioria das vezes, óleos fixos ou ceras


OLEOS ESSENCIAIS

A agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA) define OEs como liquidos que contém soluções ou extratos de drogas vegetais. Eles são usados tanto interna quanto externamente.

Exemplos de óleos medicinais preparados por extração de material vegetal são o óleo de hiperico e o óleo de alho preparado por maceração. Exemplos de óleos que contém drogas dissolvidas são as soluções de óleos voláteis em cera liquida de jojoba, geralmente usados como óleos de massagem, especialmente em aromaterapia.

“produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico (destilação por arraste com vapor de água, destilação a pressão reduzida ou outro método adequado). Os OEs podem se apresentar isoladamente ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados.

Entende se por retificados, os produtos que tenham sido submetidos a um processo de destilação fracionada para concentrar determinados componentes; por desterpenados, aqueles dos quais tenha sido retirada a quase totalidade dos terpenos; por concentrados, os que tenham sido parcialmente desterpenados”.


USO EXTERNO

Banho de assento ou imersão

Recomenda-se usar decocção, sal aromático, óleos, óleos essenciais, tintura ou extrato alcoólico, podendo ser feito em diferentes temperaturas, de acordo com o efeito desejado. O banho morno e indicado para relaxar o corpo e a musculatura, acalmar irritações na pele, inflamações e reações alérgicas. O banho frio e revitalizante dos tecidos, estimulando a contração dos vasos periféricos em favor da circulação de órgãos nobres.

O banho quente ajuda a estimular a circulação periférica, tratando extremidades frias (mãos e pês) e ajudando a eliminar as toxinas do corpo.

Preparo: encha uma banheira com água, de acordo com a temperatura desejada. Escolha a planta que será usada e deixe o preparado pronto com antecedência. Despeje na banheira a substância até sentir o aroma impregnando o ambiente. Emerja o corpo na água e fique nela por, no máximo, 20 minutos.


Bochecho ou gargarejo

Conceito de colutório: forma farmacêutica liquida, muitas vezes de consistência xaroposa (glicerina, etc), destinada a higiene bucal (antissépticos orais), não devendo ser engolido, principalmente se a planta utilizada na preparação for tóxica.

Conceito de gargarismo: forma farmacêutica liquida para tratamento da cavidade bucal (aspersão). Consiste em lavar a boca, com chás medicinais ou preparados farmacêuticos mais elaborados, usando-se movimentos circulatórios antes de jogar fora ou engolir o veículo medicinal. Muito usado para afecções das amigdalas, faringe e gengivas, sendo que no caso de gargarejo o objetivo de contato e a porção posterior da cavidade bucal, enquanto, no caso do bochecho, o objetivo e a atuação medicamentosa em toda mucosa da boca, que não a orofaringe. Usa-se infusão ou decocção quando o objetivo e tratar de problemas gerais da boca, como inflamação das mucosas, aftas, língua rachada, dentes manchados, mau hálito e gengivas fracas.

Preparo: prepare infusão ou a decocção, esperando amornar, e então faça o bochecho ou gargarejo. Jogue fora a solução, embora para algumas plantas, como tanchagem (Plantago major), seja interessante ingerir para agregar efeitos internos. Repita esse processo pelo menos três vezes ao dia.


Cataplasma

Define-se como cataplasmas a utilização de plantas curativas em pastas espessas e úmidas que são aplicadas em locais específicos com finalidade terapêutica. A composição dos cataplasmas são bastante variáveis. A planta e misturada a algum espessante com a finalidade que a pasta obtenha uma forca aderente, destinada a uso externo, podendo ser empregados com substâncias medicamentosas como, por exemplo, os extratos, as tinturas e os óleos essenciais.


Compressa

E uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre o lugar lesionado, um pano ou gaze limpa e umedecida com um infuso, decocto ou tintura, frio ou aquecido, dependendo da indicação de uso sobre o local afetado.

Geralmente, as compressas frias são utilizadas para tratamento de contusões, torções, dores musculares, inchaços e problemas inflamatórios gerais. As compressas mornas são aplicadas para acalmar peles irritadas e avermelhadas e para relaxar músculos doloridos e contraídos. As compressas quentes, por sua vez, são aplicadas quando deseja-se estimular a circulação do corpo e auxiliar a eliminação de toxinas pela pele.


Emplastro

Os emplastros são utilizados como vias trans dérmicas de absorção de substância ativas, naturais ou sintéticas, que são acopladas aos materiais aderentes que são aplicados na pele.

Também destinados ao uso externo, os emplastros, muitas vezes confundido com os cataplasmas, podem ser empregados com substâncias medicamentosas como as tinturas e os extratos, por exemplo, diretamente sobre a lesão.


Escalda pés

Recomenda-se usar infusão, sal aromático, decocção ou óleo essencial, diluído previamente em um pouquinho de óleo carreador. E indicado para tirar as dores de pês cansados e inchados, estimular a circulação, relaxar e descongestionar. Seu efeito pode até se propagar por todo o corpo, por mecanismos circulatórios e energéticos diversos (medicina chinesa).

Preparo: aqueça bem o liquido que será usado. No caso de se usar óleo essencial, ferva uma chaleira de água mineral. Coloque o liquido em uma bacia. Para usar o óleo essencial, despeje a água fervida na bacia e então pingue o óleo. Quando alcançar uma temperatura suportável, mergulhe os pês nela e relaxe, mantendo o corpo sempre bem aquecido. Mantenha os pês mergulhados por, no máximo, 20 minutos.


Inalação

E a mistura de água fervente com folhas ou outras partes da planta medicinal, previamente picadas em um recipiente, com a finalidade de aproveitar a ação dos óleos voláteis contidos na planta, inalando-se os vapores. Usa-se principalmente o óleo essencial para a valorização, servindo para limpar a pele e descongestionar a arvore respiratória.


Unguento

Prepara-se com o sumo da erva ou do chá mais forte, misturado em óleo vegetal, para aplicação externa.

XAROPE

Já conhecidos pelos médicos árabes antigos, os xaropes entraram para a medicina europeia no início da Idade Média. A palavra xarope vem do árabe sirab, scharab ou scherbet, que significa uma bebida feita de um suco doce açucarado. Os xaropes são preparações viscosas para uso interno que contém pelo menos 50% de sacarose, geralmente 60-65%. O conteúdo de açúcar dos xaropes (aproximadamente 66%) e essencial para aumentar seu prazo de validade. 

Os microrganismos não conseguem proliferar em soluções saturadas de açúcar porque soluções altamente concentradas privam os micróbios da água necessária para seu desenvolvimento. Deve-se adicionar conservantes aos xaropes que tem um conteúdo menor de açúcar, para protegê-los do crescimento bacteriano.

Os xaropes são usados como agentes aromatizantes, especialmente na medicina pediátrica. Xarope de alteia, xarope de funcho, xarope de tanchagem e xarope de tomilho são todos xaropes de drogas vegetais comumente prescritos.