CUIDADO COM O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS
A escolha da planta correta para fins terapêuticos e de extrema importância. Isso requer que ela seja selecionada por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinal.
Um dos aspectos mais delicados na fitoterapia está relacionado a identificação das plantas.
A grande variedade de nomes populares, alterando-se nas diferentes regiões do país e até mesmo o fato de plantas completamente distintas serem identificadas por um mesmo nome popular justificam a importância da uniformização da nomenclatura botânica. Desse modo, cada espécie recebe um nome específico e evita-se ambiguidades.
O potencial risco de intoxicação justifica cuidados especiais na preparação e consumo de plantas medicinais. O conceito errôneo de que plantas são remédios naturais e, portanto, livres de riscos e efeitos colaterais deve ser reavaliado. Assim como as plantas podem representar remédios poderosos, os riscos provenientes de seu mal uso devem ser considerados. Dessa forma, e importante que se obedeça às dosagens prescritas e que se observe os cuidados na identificação e utilização do material.
Para que a população possa se beneficiar sem riscos das potencialidades terapêuticas das plantas – seja pelo uso de partes de plantas frescas ou secas para chá, preparações artesanais ou farmacotécnicas – é imprescindível que o controle de qualidade dos produtos ocorra de forma adequada desde o plantio até a utilização correta pelo usuário. Para tanto, deve-se considerar os seguintes passos:
a) Controle do plantio
As plantas cultivadas em hortas caseiras ou comunitárias devem ser espécies de plantas devidamente identificadas e que tenham respalda científico.
b) Controle da coleta
Deve-se colher partes das plantas (tanto cultivadas como silvestres) que estejam bem desenvolvidas, sem marcas de pregas, doenças ou deficiências nutricionais. Não se deve coletar quantidade maior do que a que se pode consumir dentro de um período de coleta (dia ou semana).
c) Controle da preparação preliminar
Cuidar para que durante a coleta, separação das partes das plantas e, quando necessário, sua secagem seja feita sob cuidados higiênicos e corretamente, evitando sempre ação direta do sol. A planta também não deve ser exposta a umidade para que se evite o crescimento de fungos, assim como não deve ser deixada em contato com o chão, poeira ou chuva.
d) Controle do produto final
Mesmo em casa de plantas frescas, o produto final que é recebido pelo consumidor deve estar mantido ao abrigo do sol, calor, poeira e deve ser devidamente identificado por um rotulo, no qual deve-se constar a data da preparação e outras indicações pertinentes indicadas pelo farmacêutico.
e) Uso de plantas secas
Plantas secas somente devem ser utilizadas quando for possível adquiri-las de fonte especializada e segura. Na dúvida, procure o auxílio do médico, do farmacêutico ou outro profissional idôneo, que seja especialista em plantas medicinais, ou seja, em fitoterapia ou farmacologia.
f) Materiais alterados
Nunca utilizar uma planta medicinal seca que apresente sinais de preparação malfeita, que esteja mofada ou que apresente aspecto diferente do normal.